Resultados da Decathlon ultrapassam níveis pré-pandémicos em 2021

O grupo francês de produção e distribuição de artigos desportivos, Decathlon, que recentemente suspendeu as suas atividades na Rússia, anunciou na segunda-feira (4 de abril) que registou em 2021 uma faturação e um resultado líquido bem acima dos níveis pré-pandémicos.

As vendas isentas de impostos do grupo, que pertence à galáxia Mulliez, atingiram os 13,8 mil milhões de euros, um aumento de 21% face a 2020, acrescentou a marca em comunicado. O aumento deve-se a um mercado de equipamentos desportivos muito dinâmico e um efeito de base favorável, uma vez que as vendas em 2020 foram interrompidas pela pandemia de COVID-19.

A Decathlon saiu-se melhor em 2021 do que em 2019, antes do surto de COVID-19, quando atingiu 12,4 mil milhões de euros em volume de negócios. O aumento do seu resultado líquido também foi muito forte em relação aos anos anteriores: 913 milhões de euros, contra 550 milhões em 2020, ano em que esteve “quase em linha com o ano anterior”.

O nível das vendas online também se manteve muito elevado em 2021 e representou 21% das vendas totais, em comparação com apenas 8% em 2019. Em França, onde a Decathlon realiza um quarto das suas vendas totais com as suas 324 lojas e 22.500 funcionários, a faturação foi de 4,2 mil milhões de euros, um aumento de cerca de 18% em relação ao exercício anterior.

Recentemente, a empresa esteve no centro de uma controvérsia porque manteve as suas operações na Rússia, apesar dos apelos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para deixar o país e não ser "patrocinador da máquina de guerra russa". Mais tendo o antigo presidente russo, Dmitry Medvedev (atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia), adiantado as pretensões russas num artigo do Telegram publicado na terça-feira (5), onde escreve que o objetivo final da Rússia é construir "uma Eurásia unida de Lisboa a Vladivostok".

Entretanto, no final de março, a Decathlon anunciou finalmente a suspensão da sua atividade na Rússia (60 lojas e 2.500 funcionários), citando problemas de abastecimento no contexto de sanções internacionais contra Moscovo.

Questionada pela AFP, a CFTC, primeira organização sindical da Decathlon, disse considerar "uma pena ter de esperar acontecer o problema logístico para tomar esta decisão".

O grupo está presente em 70 países, através de 1.747 pontos de venda, e conta com 105 mil funcionários.