Ansa
Novello Dariella
26 de fev. de 2020
Retalho italiano recua 30% no primeiro fim de semana de medidas sanitárias de contenção do coronavírus
Ansa
Novello Dariella
26 de fev. de 2020
Em Itália, o fluxo de clientes em lojas e a faturação do retalho diminuíram 30 a 40% no primeiro fim de semana da propagação da infecão por coronavírus no país. A diminuição deve continuar esta semana em proporções ainda desconhecidas.
"Partilhamos as fortes preocupações e pedidos de medidas adequadas em apoio a todo o sistema, expressas pela Confcommercio e pela Confindustria, também no que diz respeito à tributação, como a suspensão dos prazos de contribuição para as empresas", disse Mario Resca, presidente da Confimprese, a associação dos comerciantes italianos. "Precisamos de acompanhar o sistema do país, e estamos preocupados com os danos que este flagelo pode causar à nossa economia."
A epidemia e as medidas adotadas "têm um impacto muito forte nos serviços: lojas, espetáculos, turismo, hotéis, restaurantes e bares...", disse Luca Paolazzi à AFP, especialista do instituto italiano REF. "No entanto, como os serviços foram o setor de atividade que manteve a economia italiana em alta, é muito provável que vejamos um declínio no PIB italiano no primeiro, mas também no segundo trimestre", acrescentou.
A situação já não era muito boa. Prejudicada pela desaceleração económica global e pela forte instabilidade política interna, Itália registou um crescimento de apenas 0,2% no ano passado, e uma queda no PIB no final do ano, sendo o pior resultado da União Europeia. Para este ano, o governo esperava um aumento de 0,6% no PIB e a Comissão Europeia de 0,4%, mas isso antes do coronavírus...
"Veneto e Lombardia (as duas regiões afetadas desde o fim de semana pelo coronavírus) representam entre um quarto e 30% do PIB italiano e o que acontece nessas regiões terá, portanto, um impacto severo", sublinhou Luca Paolazzi.
A Bolsa de Valores de Milão entrou em colapso na segunda-feira (24), com queda de 5,43%. Entre as ações mais afetadas estão as de empresas de luxo, como Salvatore Ferragamo (-8,9%). Na terça-feira (25), a queda foi mais contida (-1,75) em todas as cotações italianas.
(Com as agências ANSA e AFP)
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