Revlon evita falência com vendas a caírem 20%
A empresa de cosméticos Revlon, com sede em Nova Iorque, anunciou que não terá de recorrer ao Chapter 11 da Lei de Falências dos EUA, graças a um acordo de dívida de última hora, embora tenha registado uma queda de 20,1% no lucro do terceiro trimestre.

No início deste mês, o grupo de beleza informou que poderia ter de recorrer à proteção contra a falência se os títulos no valor de 342,8 milhões de dólares (288,75 milhões de euros) ainda estivessem pendentes em meados de novembro, uma situação que teria acelerado o pagamento de outras dívidas da empresa.
No entanto, detentores de aproximadamente 236 milhões de dólares (198,8 milhões de euros) ou 68,8% desses títulos em circulação fizeram uma oferta de troca para a Revlon. A empresa ofereceu-lhes 32,5 centavos de dólar (27,5 cêntimos) em dinheiro pelos títulos ou uma combinação de dinheiro e nova dívida. Segundo a Revlon, esta operação é suficiente para não precisar de recorrer ao processo de falência ou insolvência.
Na passada quinta-feira (12 de novembro), a empresa divulgou os resultados financeiros do terceiro trimestre, encerrado em 30 de setembro de 2020. As vendas líquidas no período somaram 477,1 milhões de dólares (401,98 milhões de euros), uma queda de 20,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Essa queda deve-se, em grande parte, ao impacto negativo da pandemia de COVID-19, que foi parcialmente compensado por um aumento de 13% nas vendas online do grupo.
As vendas no segmento Revlon, o principal da empresa, que inclui as marcas de cosméticos homónimas, caíram 23,6%, para 166 milhões de dólares (139,87 milhões de euros) no trimestre. Isso refletiu uma queda de 13,6% na América do Norte e uma diminuição de 32,1% nas receitas internacionais, que foram fortemente afetadas pela queda nas vendas de cosméticos e produtos para cabelos profissionais.
No segmento Elizabeth Arden, a receita caiu 13,7%, para 106,3 milhões de dólares (89,57 milhões de euros), com as vendas na América do Norte e internacionais a caírem 3,4% e 19,1%, respetivamente.
O segmento de portfólio da empresa, que inclui as marcas Almay, SinfulColors, American Crew e CND, registou vendas líquidas de 99,6 milhões de dólares (83,92 milhões de euros), uma queda de 15,7% num ano, enquanto o segmento de fragrâncias da empresa teve uma queda de 23,8%, para 105,2 milhões de dólares (88,64 milhões de euros).
“Embora a doença de COVID-19 continue a ter um impacto significativo, tanto no setor de beleza em geral, como nos nossos negócios, estou satisfeita pois os nossos resultados do terceiro trimestre de 2020 refletiram uma melhoria sequencial no declínio de vendas líquidas em relação ao trimestre anterior”, comentou a presidente e CEO da Revlon, Debra Perelman, num comunicado.
No geral, o prejuízo líquido da Revlon no terceiro trimestre foi de 44,5 milhões de dólares (37,5 milhões de euros), ou 0,83 centavos (0,69 cêntimos) por ação diluída, em comparação com um prejuízo de 44,7 milhões de dólares (37,67 milhões de euros), ou 0,84 centavos (0,70 cêntimos) por ação diluída, no mesmo período do ano passado.
Considerando os dois primeiros trimestres do ano fiscal, as receitas da empresa totalizaram 1,28 biliões de dólares (1,07 biliões) até o momento, ante 1,72 biliões de dólares (1,44 biliões de euros) no ano passado. O prejuízo líquido no período de nove meses foi de 385,2 milhões de dólares (324,61 milhões de euros), ou 7,22 dólares (6,08 euros) por ação diluída, em comparação com um prejuízo de 183,5 milhões de dólares (154,63 milhões de euros), ou 3,46 dólares (2,91 euros) por ação diluída em 2019.
A Revlon não forneceu uma orientação financeira para o quarto trimestre ou para o ano fiscal completo.
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