Rokh triunfa com uma delicada desconstrução
O problema com a desconstrução, um enorme movimento na moda, é que embora pareça ótimo nas passerelles, tende a assustar os consumidores. Não na Rokh que, especialmente nesta estação, encenou uma grande coleção na noite de quinta-feira (30) no Petit Palais.

Em última análise, um comentário sobre o talento do designer da Rokh, o coreano Rok Hwang, que deslocou, distanciou e sobretudo desmontou as peças de vestuário com graça e com um toque de génio nesta estação. O essencial foi que a sua ideia de desconstrução parecia delicada e não perigosa, como muitas vezes acontece ao utilizar-se esta técnica.
Smokings cortados que caem dos ombros assim mesmo, usados com casacos de cabeça para baixo feitos em saias de flared. Torsos de gabardinas reinventados como minúsculos ou askew cummerbunds. Uma blusa de classe que se transforma num espartilho para terminar numa gabardina. Uma gabardina brilhantemente cortada cingida por múltiplos cintos militares. Um macacão em creme caramelo, combinando corpete e calças.
Tudo bastante complicado, mas nunca confuso. O tipo de desfile e coleção elegantes, garantidos e visualmente marcantes como só se vê realmente em Paris. Embora, por uma maison sediada em Londres.
Para este graduado da Central Saint Martins, ex-aluno de Phoebe Philo da Celine e vencedor do prémio especial da LVMH de 2018, pareceu-nos uma coleção inovadora.
Mesmo que não fosse um desfile sem as suas falhas. Sentiu-se a falta de vestuário de noite, apenas com uma malha dourada colada que continuava a revelar demasiado num modelo, e um look final de saia em forma de bolha de penas que realmente não funcionava. Além disso, porquê colocar na sua banda sonora a versão rouca e grotty de 'White Rabbit', quando pode tocar Grace Slick e Jefferson Airplane?
Mas estas são pequenas objeções após uma exibição memorável levada a cabo por um designer muito no seu jogo "A". A Rokh chegou.
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