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Portugal Textil
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12 de jul. de 2022
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Rufo dá vida aos excedentes têxteis

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Portugal Textil
Publicado em
12 de jul. de 2022

Partindo da premissa da sustentabilidade, a Rufo procura abrir portas a uma indústria mais responsável e consciente. Nas suas criações, a marca dá preferência ao uso do linho, mas não deixa de lado o uso de outras fibras naturais, recorrendo principalmente ao remanescente da indústria têxtil numa incessante busca pela circularidade.


©Rufo


Nas muitas voltas da vida, em 2015, Ana Fernandes assumiu o departamento de desenvolvimento, criação e imagem de uma empresa, agora parceira da Rufo, e no decorrer das funções percebeu que a indústria desperdiçava muitas vezes matérias-primas com imensa qualidade e potencial. «Custava-lhe muito ver o linho tão bom a ser tratado como se não tivesse valor», revela Flávia Oliveira, responsável pelo marketing.

Em 2018, aproveitando o know-how que já tinha decidiu dar aos excedentes têxtis uma nova vida, criou a Rufo, uma marca ética e sustentável. Numa fase inicial a Rufo era apenas um projeto de circularidade, mas foi crescendo e acabou por se tornar independente. Em 2021 «com a pandemia e contra todas as expectativas depois de um período de confinamento obrigatório, a loja da marca reabriu num outro espaço, na cidade de Guimarães, e ganhou ainda mais força, nesse mesmo ano lançamos a loja online e cá estamos», explica ao Portugal Têxtil.

A marca persegue um lifestyle sustentável transversal à moda e à casa, tendo por base matérias-primas naturais. «Queremos vestir casas e pessoas de caráter com peças minimalistas e intemporais, repletas de paixão, que possam ser amadas e partilhadas. Acolhemos pessoas como nós, imperfeitas, que erram e ousam ser livres, essas são o nosso público-alvo, as que estão dispostas a (des)construir-se», destaca Flávia Oliveira.

A qualidade, o detalhe e a irreverência são os grandes fatores diferenciadores da insígnia.  «Em primeiro lugar a matéria-prima que dá origem às nossas peças, embora seja, na maioria das vezes, o resultado do reaproveitamento de excedentes, é sempre de origem conhecida e certificada», aclara.


©Rufo


À matéria-prima, junta-se «uma equipa atenta a cada pormenor e que trabalha com minúcia todos os acabamentos» e por isso é «nos detalhes que se esconde a irreverência e destaque das peças, mas sempre com a preocupação da sustentabilidade», sustenta a responsável de marketing.

Linho, a grande paixão

A maior parte das peças da Rufo são produzidas em linho, «sem dúvida, a nossa grande paixão, mas também temos vindo a explorar outras matérias naturais como o cânhamo», admite. Todas as coleções da marca são produzidas num atelier em Guimarães, mas a insígnia apoia-se, assim que necessário, em pequenas confeções da zona, parceiros com quem têm uma relação muito próxima.

A última coleção, Shard of Éde, foi inspirada «num dos nossos recursos mais preciosos, – o solo e por isso subdividimos a coleção em três linhas, os neutros de cores terrosas que incorporam as formações rochosas, as cores vívidas que caracterizam os cristais e minerais e por fim os tons pastel que representam o desgaste natural», descreve Flávia Oliveira.

A Rufo está ainda a preparar uma parceria com a empresa Klarna para permitir o pagamento fracionado aos clientes. «Pretendemos tornar a moda sustentável acessível a todos, ainda que a longo prazo a escolha de produtos de qualidade compense, percebemos que o investimento inicial pode ser um impeditivo e queremos combater isso. Em breve estará disponível no site», adianta a responsável de marketing.

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