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Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
25 de out. de 2018
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7 Minutos
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Saint Laurent-Celine, um quebra-cabeças para os compradores

Traduzido por
Novello Dariella
Publicado em
25 de out. de 2018

Depois das controvérsias que seguiram o tão esperado primeiro desfile de Hedi Slimane para a Celine, os negócios foram retomados e os compradores definiram os seus orçamentos. Mas, como será que organizaram as compras entre a coleção da Saint Laurent assinada por Anthony Vaccarello e a da Celine por Hedi Slimane, duas marcas concorrentes, sendo a primeira pertencente ao grupo Kering e a segunda ao seu rival LVMH? Uma escolha delicada, uma vez que ambas as coleções oferecem a mesma estética rock n’ roll, black e ultra-curta.
 

O vestido preto, peça obrigatória para ambas as marcas - PixelFormula


"É muito simples. Comprámos a alfaiataria na Celine e as camisas e vestidos na Saint Laurent", resume Massimiliano Nardiello, responsável pelas compras de moda feminina da multimarca milanesa Antonia, que não esconde a sua deceção. "Obviamente, os gerentes de vendas das marcas não ficaram contentes. Mas, para nós foi terrível. No mesmo dia, fomos à Celine e depois à Saint Laurent. Tivemos a impressão de ver a pré-coleção pela manhã e a coleção à tarde, ou vice-versa!”
 
De modo geral, após o fenómeno do sportswear que invadiu as passarelas nas últimas temporadas, os compradores viram um regresso ao glamour-strass proposto pela maior parte do mercado. Mas, como alguns observam, "em algumas marcas, essa tendência foi um pouco repetitiva", tornando as encomendas ainda mais complicadas.

“Todo este preto e lantejoulas... A mulher que vendemos não pode ser reduzida a isso. Ela é internacional, tem uma atividade profissional. Vem até nós para comprar roupas elegantes e sofisticadas para o dia-a-dia nas quais se sente bem. A Celine de Phoebe Philo atingia esse público. Não ter os seus produtos na loja é para nós uma grande perda", lamenta Massimiliano Nardiello.

Ficou claro que Hedi Slimane não conseguiria abandonar o seu estilo rock n'roll, com a sua silhueta característica slim e sombria. Com isso, só pôde usar na Celine a mesma receita de sucesso da Saint Laurent, onde geriu a criação e a imagem de 2012 a 2016.


Em ambas as marcas, o smoking é combinado com uma camisa branca muito sexy - PixelFormula


O líder da LVMH, Bernard Arnault, sabia muito bem disso quando apostou no estilista estrela para repetir o feito realizado na Saint Laurent, cuja faturação aumentou 75% para 974 milhões de euros em 2015. É compreensível que Anthony Vaccarello tenha continuado e impulsionado este efeito "rock-glam", que se revelou tão rentável na Saint Laurent. Noutras palavras, a situação era previsível.
 
Além disso, para algumas multimarcas, como o grupo russo Mercury, que distribui as grandes marcas na região, incluindo Celine e Saint Laurent, não existe nenhum problema. Vão continuar a comprar ambas as marcas. Riccardo Tortato, diretor de moda de e-commerce e moda masculina dos grandes armazéns Tsum, propriedade da Mercury, não fala das semelhanças entre as duas marcas porque "as silhuetas e os volumes são diferentes de uma coleção para a outra”.

"Com exceção de alguns produtos, como os jeans pretos, não vemos uma sobreposição específica entre as duas coleções. É verdade que a Saint Laurent apresenta o background de Hedi Slimane, mas Anthony Vaccarello fê-la evoluir. A sua mulher é menos grunge e californiana. É mais sexy e jovem. As roupas são mais fluídas e amplas. Na Celine, por outro lado, há um volume mínimo e mais apertado. Durante o desfile, também foram apresentados muitos vestidos para a noite. Não podemos esquecer que, para a ocasião, a Celine trouxe sete ou oito modelos de alta costura, enquanto no showroom vimos peças que não foram mostradas no desfile e, especialmente, muitos fatos para os homens, bem como casacos e peças com mangas para as mulheres", diz.
 
"Certamente, a Celine mudou totalmente o estilo. Mas, lembre-se que quando Alessandro Michele substituiu Frida Giannini na Gucci gerou as mesmas controvérsias. Mas, não apenas a marca sobreviveu, como as suas vendas aumentaram! A Celine dos últimos anos está morta e enterrada. Isso não diminui o facto de que a maison, assim como a Saint Laurent, têm ambas duas histórias muito bonitas, cada uma com o seu savoir-faire. Alguns produtos venderão melhor na Celine, outros na Saint Laurent. Mas, no final de contas, será o cliente que dará o seu veredito", observa o diretor de moda, lembrando que "existem três marcas no mundo que a mulher nunca vai abandonar: Chanel, Louis Vuitton e Saint Laurent".


O micro vestido dourado é quase idêntico em ambas as marcas. - PixelFormula


“A Saint Laurent é única. Continua a ser uma das marcas mais bonitas da história da moda", acrescenta Beppe Angiolini, detentora das lojas Sugar, em Arezzo, e nova diretora artística da concept store de luxo Excelsior. "É verdade que o seu produto é agora bastante semelhante ao da Celine, especialmente na moda feminina. Dito isto, Anthony Vaccarello evoluiu o estilo de Hedi Slimane com um estilo sempre luxuoso, mas hiper feminino, mais orientado para a noite. Acredito que a última coleção tenha mesmo um toque étnico."
 
Em termos de acessórios, a maioria dos compradores está à espera para ver a oferta das próximas temporadas e, até ao momento, Hedi Slimane propôs apenas alguns modelos de tanto que as equipas mudaram. De acordo com um especialista da indústria, que deseja permanecer anónimo, a LVMH teria transferido a equipa criativa responsável pelas carteiras da Celine para a Loewe, outra marca do grupo, e Hedi Slimane teria repatriado a sua própria equipa.
 
"Na Celine, Hedi Slimane continua a sua história. Ele queria confirmar a sua identidade. O seu primeiro desfile para a Saint Laurent também foi muito controverso e não refletiu o trabalho sucessivo realizado na marca. A partir da próxima temporada, ele provavelmente irá evoluir. Achei a sua moda masculina muito interessante, bem diferente do que o designer estava a fazer na Dior Homme. Surpreendeu-me o facto de não ter uma t-shirt, uma sweater ou um único par de sapatilhas. É um sinal importante que ele enviou ao mercado", continua Beppe Angiolini.
 
Esta nova moda masculina da Celine foi recebida com unanimidade entre os compradores. “Na moda masculina, a Celine é totalmente diferente da Saint Laurent. Existem muito menos sobreposições. O produto é muito bonito, de alta qualidade, e a oferta já está completa. Há também uma grande oferta de roupas formais", diz Riccardo Tortato, que está entre os sortudos escolhidos para distribuir a coleção. "Eles escolheram poucas multimarcas, de 30 a 40 pontos de venda no mundo", diz.
 

O homem da Celine - © PixelFormula


Com o lançamento da linha masculina, a Celine quer claramente marcar presença no mercado. O volume de negócios da marca, que conta com quase 140 lojas, é estimado em cerca de mil milhões de euros. A ambição é duplicar as vendas em cinco anos.

Para atingir a meta, a empresa não economizou e transformou a enorme marquise localizada atrás dos Invalides, em Paris, para realizar o primeiro desfile assinado por Hedi Slimane num showroom gigantesco, que apresentou peças masculinas e femininas. A marca pretende capitalizar, claro, a paixão que o estilista de origem italo-tunisina é capaz de despertar em torno da sua pessoa, na esperança de atrair os fãs de Slimane anteriormente abandonados na Saint Laurent. Mas, a marca também está a apostar na moda masculina.
 
"Esta nova Celine será um pouco mais masculina do que feminina.  Hedi Slimane é inegavelmente mais autêntico na moda masculina, enquanto Anthony Vaccarello tem mais dificuldades com a moda masculina", diz Massimilano Nardiello. "Nesta fase, a Celine tem um potencial incrível nesse setor. Eles fizeram um trabalho muito inteligente", diz Silvano Vangi, gestor de compras de moda feminina da Luisaviaroma. A Celine irá seduzir uma nova clientela masculina. Mas o facto é que o desaparecimento da mulher Céline by Phoebe Philo representa um déficit para as multimarcas.
 
Essa perda criou um vazio no mercado, além da onda de nostalgia que se propagou especialmente nas redes sociais, como evidenciado por contas do Instagram que foram criadas nas ultimas semanas para manter viva a memória e o trabalho da designer britânica durante os seus 10 anos na Céline (2008-2018), como, por exemplo, @oldceline, que alcançou 97 mil seguidores em dois meses, e @phoebesceline, perfil mais recente. Isso também prova a explosão de vendas de modelos antigos de carteiras Celine em sites de segunda mão. Os "Philophiles", como são apelidados, não estão prestes a desaparecer.

"Phoebe Philo conseguiu criar uma linguagem de vestuário que conseguia atingir as mulheres com um produto mais delicado e feminino. Ela abordava consumidoras que procuravam roupas para o dia elegantes, mas ao mesmo tempo fáceis", ressalta Silvano Vangi. "Uma mulher com um gosto muito específico, que trabalha e que se sentia perfeita quando estava vestida de Celine", diz Massimiliano Nardiello.


Os mesmos volumes nos ombros são vistos na Celine e na Saint Laurent - PixelFormula


Esse tipo de mulher, as multimarcas terão que procurar noutro lugar, como na Chloé ou Givenchy, que foram mencionadas para algumas peças. Pelo seu estilo atemporal e pela qualidade das suas roupas, a estilista Gabriela Hearst, natural do Uruguai e baseada nos Estados Unidos, também convenceu alguns compradores. Assim como a The Row, outra marca de luxo americana, dirigida pelas irmãs Ashley e Mary-Kate Olsen desde o seu lançamento, em 2007.
 
Mas, a maison de luxo que poderia beneficiar deste quebra-cabeças delicado estaria do lado da Kering. Na verdade, houve uma grande expectativa em torno da Bottega Veneta desde a saída de Tomas Maier em junho, após 17 anos de serviço. Este último foi substituído por Daniel Lee. Formado pela Central Saint Martins College, o jovem designer britânico de 32 anos trabalhou, entre outras, na Maison Margiela, Balenciaga e Donna Karan... antes de ingressar na Celine em 2012. Boa parte da equipa que apoiava Phoebe Philo mudou-se com ele para a Bottega Veneta.
 
A marca não desfilou nesta temporada, no entanto apresentou alguns modelos no seu showroom em Milão. "Os primeiros looks que pudemos ver fazem-nos imediatamente  entender que há uma disposição para ir nessa direção", diz um comprador italiano.

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