Saint Laurent: vendas saltam 37% em base comparável no primeiro trimestre
Há alguns dias, a Saint Laurent apresentou o primeiro lançamento do seu podcast, batizado Saint-Laurent Smoking. O projeto marca um encontro entre a artista Catherine Deneuve e a jornalista Pascale Clark no contexto da boutique Saint Laurent Rive Droite, no número 213 da rue Saint Honoré, em Paris, que recebe regularmente iniciativas criativas e exposições. Outros episódios darão a palavra a Charlotte Gainsbourg, Gaspar Noé, Laetitia Casta e Félix Maritaud.
Uma iniciativa que visa fortalecer o vínculo entre a marca e os seus clientes franceses. Abordagens locais que a marca também implantou nas suas lojas de Miami, durante a Art Basel, ou na 469 Rodeo Drive, em Los Angeles.

O vínculo com os seus clientes locais é um dos pontos fortes da marca, conduzida por Anthony Vaccarello no estilo e Francesca Bellettini na direção-geral, cujo desempenho contribuiu para os resultados do grupo Kering durante o último trimestre.
"A Saint Laurent teve um trimestre impressionante com crescimento comparável de 37%, impulsionado por aumentos espetaculares nos mercados ocidentais, onde o seu desempenho é forjado por um forte apetite dos clientes locais por produtos icónicos", explicou durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre Jean-Marc Duplaix, diretor financeiro do grupo, que viu as suas vendas globais aumentarem 21% numa base comparável para 4,96 mil milhões de euros. "A Saint Laurent é historicamente forte com clientes locais e não é demasiado dependente dos fluxos turísticos, e ter esses fortes vínculos com clientes locais em todos os principais mercados tem sido um trunfo."
E enquanto a Gucci, a locomotiva do grupo, dececionou os mercados financeiros habituados ao seu desempenho brilhante nos últimos anos, a Saint Laurent continuou com a sua boa forma. É claro que, ainda que os confinamentos na China a afetem, a maison está menos exposta ao encerramento de grande parte do mercado chinês, que tem um impacto muito forte na Gucci.
Com 739 milhões de volume de negócios, a Saint Laurent viu as suas vendas diretas aumentarem 49% em relação ao primeiro trimestre de 2021, duplicando as vendas na Europa Ocidental e +77% na América do Norte, passando agora a representar 72% do total da sua atividade. As suas vendas por atacado aumentaram 10% e as receitas das suas licenças 40%.

"As vendas cresceram na faixa de dois dígitos na América do Norte e na Europa Ocidental, mas também com aumentos confortáveis na Ásia-Pacífico e Japão”, explica o diretor financeiro, acrescentando que “o crescimento abrangeu todas as categorias de produtos e as vendas do pronto-a-vestir progrediram a alta velocidade no período” e que o aumento se deu em termos comparáveis. “O crescimento é um equilíbrio entre desenvolvimento de metros quadrados, tráfego e aumento de preços. Vamos na direção certa, introduzimos peças de pronto-a-vestir a um preço justo, mas também aumentámos o preço médio de venda no segmento das bolsas, e é uma ambição estratégica contar com oferta em todo o espetro de preços.”
“Cumprimos com o plano que foi apresentado em 2017 para a Saint Laurent. A cada ano alcançamos um crescimento de pelo menos 20%. É uma progressão que se constrói tijolo a tijolo, com uma estratégia clara em termos de merchandising, oferta e distribuição cada vez mais exclusivos. A marca era muito forte no segmento de artigos de couro, mas está a acelerar noutras categorias, principalmente no pronto-a-vestir, onde a Saint Laurent é uma das referências do mercado, com uma oferta muito direcionada e clara. E a racionalização da distribuição que levámos a cabo na Gucci também está a ser implementada na Saint Laurent.”
A marca, que estava com uma taxa de abertura de 20 a 30 lojas ou corners por ano, vai desacelerar as aberturas este ano, num momento em que conta com 268 pontos de venda operados diretamente no mundo. O trabalho deverá, portanto, centrar-se no reforço da sua oferta. A tendência da marca deverá permitir-lhe controlar o seu crescimento. Após regressar no primeiro trimestre de 2021 a níveis superiores ao registados pré-Covid, no final do primeiro trimestre de 2022 a marca alcançou nada menos que mais 240 milhões de euros de volume de negócios do que no primeiro trimestre de 2019.
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