AFP
Estela Ataíde
30 de jan. de 2019
Salvatore Ferragamo: vendas caem 3,4% em 2018
AFP
Estela Ataíde
30 de jan. de 2019
As vendas da casa de luxo italiana Salvatore Ferragamo, que sofre com um problema de posicionamento da sua marca, caíram 3,4% em 2018, após um ano de 2017 já difícil.
O grupo anunciou na terça-feira através de um comunicado uma queda no volume de negócios de 1,7% a taxas de câmbio constantes, alcançando 1,35 mil milhões de euros, ligeiramente abaixo das expectativas: de acordo com o consenso Factset Estimates, os analistas esperavam que chegasse a 1,36 mil milhões de euros.
Só no quarto trimestre, as vendas caíram 3,6%, penalizadas pelas taxas de câmbio, pelo menor impacto dos saldos e pela evolução negativa das lojas multimarca.
A Ásia-Pacífico continua a ser o primeiro mercado do grupo, com 37,5% das vendas. Estas recuram 1% ao longo do ano, sofrendo no Sudeste Asiático, mas com um desenvolvimento positivo na China. A empresa destaca que no quarto trimestre as lojas em gestão direta na China registaram um aumento de 7,6% nas vendas.
A queda no volume de negócios anual também atingiu os 6,1% na Europa, Médio Oriente e África, 5,4% na América do Norte, 2,3% na América do Sul e Central e 0,4% no Japão.
O calçado ainda está no centro da atividade da casa florentina, com 41,2% das suas vendas. No entanto, este segmento caiu 5,9%, enquanto o vestuário caiu 14,9% e os acessórios 8,6%. Os artigos de couro, por outro lado, cresceram 1% e os perfumes 5,6%.
A casa tem passado por dificuldades nos últimos anos. Em 2017, viu o seu lucro líquido cair 42,4% e o volume de negócios 3,1%.
Desde 2016, a casa lançou uma vasta reorganização na tentativa de corrigir a situação. A empresa procura assim fortalecer-se nas categorias de produtos mas quais está mais fraca, consolidando ao mesmo tempo a sua posição no calçado.
No final de julho, o grupo também se dotou de uma nova diretora-geral, Micaela Le Divelec Lemmi, que trabalhou durante 20 anos para a gigante francesa Kering.
No entanto, este processo de recuperação demora o seu tempo e é dificultado pelo contexto atual, entre um menor crescimento na Europa, as tensões comerciais sino-americanas e o Brexit. Num ano, a ação perdeu 26% do seu valor na Bolsa de Valores de Milão.
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