Portugal Textil
30 de jan. de 2018
Sapatilhas põem lã para correr
Portugal Textil
30 de jan. de 2018
Adidas, Nike e Puma são apenas algumas das marcas que estão a explorar as mais-valias da lã no calçado e vestuário desportivo. Como resultado, os preços da lã estão a bater recordes.
A utilização de lã em sapatilhas como as Ultra Boost da Adidas está a fazer subir os preços da fibra, que deverão continuar em trajetória ascendente ao longo de 2018.
A par da Adidas, também a Nike e a Puma estão a usar lã em sapatilhas e roupas desportivas, à medida que cada vez mais consumidores procuram fibras naturais e evitam as sintéticas.
A crescente procura por fibras naturais no vestuário e calçado desportivo e a melhoria das condições de vida em mercados tradicionais como a China combinadas com uma oferta limitada criaram a tempestade perfeita para a lã, de acordo com a Australian Wool Innovation (AWI) – entidade que representa 24 mil produtores no país que fornece 90% da lã mundial para o sector do vestuário.
«Os preços só podem subir, não podem descer», afirmou o presidente da AWI, Stuart McCullough, em declarações ao portal Bloomberg. Os preços, que aumentaram 30% no ano passado, estão no bom caminho para alcançar os 20 dólares australianos (aproximadamente 13 euros) por quilo, depois de terem atingido o recente recorde de 18,22 dólares australianos.
EUA no radar
A China é o maior consumidor de lã australiana e representa cerca de 78% das exportações. Itália surge logo de seguida na lista. Mas é nos EUA que há espaço para um crescimento significativo, como apontou Stuart McCullough.
O consumo de lã per capita nos EUA é de apenas 300 gramas por ano – em comparação com cerca de 1 quilo na China, Europa e Canadá, revelou.
A AWI está, por isso, a conduzir uma campanha para promover o uso da fibra nos EUA com anúncios de TV. já planeados. A campanha terá como público-alvo os apelidados millennials, geração que demonstra maior interesse no sourcing responsável e na vida do produto. No entanto, segundo o presidente da AWI, «não há uma via fácil para alcançar um crescimento substancial no mercado da lã».
«Precisamos de mudar a perceção de lã nos EUA. Geralmente [os millennials] relacionam os artigos em lã com comichão, desconforto – peças feitas pelas avós e que são difíceis de lavar», admitiu.
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