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Reuters
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
9 de jan. de 2019
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Sears aceita analisar uma nova oferta

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Reuters
Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
9 de jan. de 2019

A Sears Holdings concordou na terça-feira considerar uma nova oferta de aquisição por parte do seu presidente, Edward Lampert, o que adia, pelo menos temporariamente, a perspetiva de desaparecimento da cadeia americana de grandes armazéns após 126 anos de existência.


A Sears aceitou analisar uma nova oferta


A oferta de aquisição anterior apresentada por Edward Lampert, 4,4 mil milhões de dólares (3,85 mil milhões de euros), não se concretizou, levando a Sears, que declarou falência em outubro, a preparar um eventual pedido de liquidação numa audiência realizada na terça-feira diante de um tribunal comercial de Nova Iorque.
 
Nesta audiência, um advogado da cadeia de grandes armazéns declarou, no entanto, que Edward Lampert deveria apresentar ao tribunal uma nova oferta até 9 de janeiro. O conteúdo não foi especificado.

O juiz Robert Drain, responsável pelo caso, disse que a Sears compararia esta oferta a uma potencial liquidação. Não está programado nenhum leilão de ativos da Sears até segunda-feira.

Este desenvolvimento resgata a possibilidade de uma continuação das atividades da Sears, ainda que reduzida, o que permitiria salvar os postos de trabalho de alguns dos seus 68 mil funcionários.

O desaparecimento deste ícone da distribuição nos Estados Unidos seria um retrato das dificuldades persistentes do setor tradicional face à concorrência dos grandes players do comércio online, que lhes roubam os clientes e puxam os preços para baixo.
 
O contraste com a Amazon é impressionante. Pela primeira vez esta semana, a gigante da distribuição online tem a maior capitalização de mercado dos Estados Unidos, de quase 800 mil milhões de dólares.
 
Anos de agonia

Um dos principais pontos de discórdia nas anteriores negociações entre a Sears e Edward Lampert foi a retoma, na proposta por este apresentada, dos custos acumulados pela cadeia de grandes armazéns no âmbito do seu processo de falência, revelaram algumas fontes.
 
Alguns credores também argumentaram em favor da liquidação, não apenas na esperança de recuperarem mais dinheiro, mas também devido às incertezas legais que detetaram na oferta de aquisição de Edward Lampert.

Uma liquidação da Sears poria fim a um período de agonia de vários anos, marcado por um declínio no volume de negócios, pelo encerramento de centenas de lojas, por uma sucessão de perdas e por tentativas vãs de recuperação por parte de Edward Lampert, que adquiriu a empresa em 2005 através de uma transação de 11 mil milhões de dólares.

Criada no final do século XIX, a Sears alcançou o sucesso com o seu catálogo de produtos tão variados como brinquedos, medicamentos, gramofones, carros e mesmo lápides, o que a tornou uma espécie de Amazon da altura.
 
Agora, corre o risco de ter o mesmo destino que a Toys'R'Us, a primeira cadeia de lojas de brinquedos nos Estados Unidos, forçada à liquidação seis meses após a sua falência em 2017.

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