Semana da Alta Costura de Paris terá oito desfiles ao vivo em julho
A Semana da Alta Costura de Paris contará com oito desfiles ao vivo na sua próxima temporada, em julho, o maior número registado numa importante fashion week desde que a pandemia provocou um confinamento mundial na passada primavera.
A temporada, que irá decorrer de segunda, 5 de julho, a quinta, 8 de julho, contará com 34 coleções outono-inverno 2021/2022 de 33 casas. Entre estas, Christian Dior, Azzaro Couture, Chanel (com dois desfiles), Giorgio Armani Privé, Balenciaga, Jean Paul Gaultier, Zuhair Murad e Vaishali S apresentarão desfiles diante de convidados, por ordem cronológica, de acordo com o calendário oficial publicado pela Fédération de la Haute Couture et de la Mode (FHCM), órgão regulador da moda francesa, que controla o calendário das seis temporadas anuais de desfiles de Paris.
À exceção da Valentino, que desfilará em Veneza, estarão presentes todas as casas tradicionais da alta costura e as independentes mais importantes, como Iris Van Herpen, Giambattista Valli, Stephane Rolland, Alexandre Vauthier, Viktor & Rolf, Raul Mishra, Julie de Libran, Fendi Couture e Maison Margiela. Estas e outras 16 casas irão divulgar vídeos digitais das suas coleções, disponíveis nos seus próprios sites, nas redes sociais e na plataforma da FHCM. A maioria fará igualmente apresentações físicas com marcação prévia, nas quais as coleções serão usadas por modelos da casa.
A temporada de quatro dias culmina na noite de quinta-feira, às 20h, com a Pyer Moss Couture, do brilhante designer nova-iorquino Kerby Jean-Raymond, marcando a primeira vez que um criador negro desfila no calendário oficial da alta costura parisiense, o nível mais sofisticado da moda e a sua máxima expressão de habilidade artesanal e savoir-faire.
Após um segundo confinamento, França começou a reabrir as lojas e esplanadas dos restaurantes a 19 de maio. Amanhã, quarta-feira, 9 de junho, os clientes poderão aceder ao interior de cafés e restaurantes, enquanto o atual toque de recolher será alargado das 21h para as 23h, num cuidadoso desconfinamento.
A atenção também será intensa na véspera da temporada, a noite de domingo, 4 de julho, quando o braço direito de Raf Simons, Pieter Mulier, apresenta a sua coleção para a casa Azzedine Alaïa.
No entanto, o desfile mais esperado da temporada será provavelmente o da Balenciaga, que marcará o regresso d a lendária marca às passarelas da alta costura após mais de meio século, desde que o seu fundador, Cristóbal Balenciaga, fechou a casa na sequência dos protestos estudantis em 1968, que ocuparam o centro de Paris durante vários meses. O atual e aclamado diretor criativo da casa, Demna Gvasalia, planeia apresentar as suas primeiras ideias de alta costura na sede histórica da casa, no número 10 da avenida George V, no dia 7 de julho.
A temporada testemunhará também a estreia adiada de uma coleção única e muito esperada para a Jean Paul Gaultier a cargo da designer japonesa Chitose Abe, da Sacai, a primeira de uma série de designers convidados que criaram coleções exclusivas para a casa, numa nova direção para a marca após a saída de Gaultier em janeiro de 2020.
Os olhares estarão igualmente voltados para dois recém-chegados, o jovem francês Charles de Vilmorin, recentemente nomeado designer da Rochas, e a criadora indiana Vaishali S.
A Chanel organizará dois desfiles, tendo planeada uma apresentação dupla no Palais Galliera, o museu da moda que atualmente acolhe uma admirável exposição retrospetiva sobre a sua fundadora, Gabrielle "Coco" Chanel.
A maioria das marcas presentes não são francesas, o que demonstra o poder de atração internacional da alta costura parisiense. No total, 12 das casas foram fundadas por franceses nascidos em França; outras seis são casas com sede em Paris lançadas por criadores não franceses; enquanto as 15 restantes são de criadores com sede fora de França, sobretudo em Itália.
Entre estes destaca-se Giorgio Armani. Depois de se tornar o primeiro designer a cancelar um desfile em Milão devido à Covid-19 em fevereiro do ano passado, Armani, de 86 anos, lidera o regresso às passarelas. O criador apresentará dois desfiles de moda masculina na Milano Moda Uomo, em junho, e, de seguida, um desfile de gala de alta costura às 19h de terça-feira, 6 de julho, na Embaixada de Itália na rue de Varenne.
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