SKFK consolida-se no mercado externo e lança nova marca de denim
Anteriormente chamada Skunkfunk, a SKFK, com sede em Lezama (País Basco), reinventou-se no ano passado para se aproximar de um público menos alternativo. Com o seu processo de rebranding ainda a instalar-se na mente dos consumidores, a empresa tem a sustentabilidade na sua base e consolida a sua nova proposta, principalmente no mercado externo.

“A nossa nova abordagem está a ter mais sucesso fora de Espanha do que dentro. Alemanha, França e Bélgica ultrapassaram Espanha em vendas”, explica à FashionNetwork.com Mikel Feijoo, fundador e codiretor-geral da empresa.
“Creio que o facto de a proposta se encaixar menos em Espanha tem a ver com três fatores: por um lado, o próprio rebranding; por outro, a aposta na sustentabilidade e, por último, a atual situação de incerteza no país”, detalha o executivo.
Sobre o segundo ponto, Feijoo explica: “Nos mercados onde a sustentabilidade é um parâmetro importante, nós crescemos. Nos mercados mais poderosos, como França ou Alemanha, as pessoas têm uma maior sensibilidade face à sustentabilidade.”
Numa das suas regiões historicamente fortes, a Catalunha, a SKFK viu como as suas vendas caíram nos últimos meses. “As vendas caíram para 50% nas nossas lojas próprias. Não é apenas uma coisa da última semana, mas sim dos últimos tempos”, comenta Feijoo.
A SKFK, que opera com 25 lojas próprias em Espanha, França, Estados Unidos, Portugal, Chile (através de um parceiro local) e Irlanda (juntamente com um associado em Dublin), está presente no canal multimarca com 700 pontos de venda em 30 países. Com a sua ampla presença internacional, a marca não planeia, para 2020, entrar em novos mercados, mas sim consolidar naqueles onde já está. “Temos muito o que fazer em países como Alemanha ou França, tanto online como em multimarcas. Vamos apostar nos países nos quais já estamos e onde estamos a crescer”, diz Feijoo.
Sustentabilidade na raiz
A sustentabilidade tem sido, nos seus 20 anos de trajetória, um valor no qual a SKFK tem apostado fortemente, embora, nos últimos anos, tenha sido uma preocupação que se generalizou entre os consumidores. "Ainda somos uma marca de nicho, apesar de sermos mais comerciais do que nos últimos 10 anos", diz o fundador da marca.

Na sua aposta, a SKFK implementa várias medidas que não são visíveis a olho nu, mas que são essenciais para que uma empresa seja ecológica. A marca é "neutra nas emissões de âmbito 1 e 2", como explicou Mikel Feijoo. Estas emissões são o que as empresas podem controlar na sua produção. As de âmbito 3 referem-se a fornecedores, que a marca não controla diretamente.
Além disso, "também queremos ser neutros em carbono", acrescenta Fejoo. E, “para circularizar e compensar” as emissões que não gere diretamente, a SKFK criou a sua própria fundação, responsável pela execução de ações que neutralizam esse volume de resíduos emitidos.
No que diz respeito ao que se vê e é tangível, a SKFK adiciona aos seus designs uma etiqueta com as emissões da sua produção. "Usamos uma ferramenta de cálculo de emissões e compara-se a de cada peça com o padrão da indústria, para que o consumidor possa decidir", diz o executivo.
"Além disso, todas as fibras que usamos são de baixo impacto e todas são certificadas", acrescenta o fundador da SKFK, uma empresa que fabrica matérias-primas como algodão reciclado, lyocell ou poliéster reciclado.
Moda de aluguer e uma nova marca
No processo de consolidação do seu rebranding, a SKFK aderiu à tendência da moda de aluguer com a sua própria plataforma, Circular Closet. "Lancámo-la em maio e, embora não se apresente como uma ótima fonte de receita, está a receber uma boa aceitação", indica Feijoo.

“É uma aposta no pagamento pelo uso, não pagamento pela posse. Também é projetada para que possamos usar materiais mais caros do que noutras coleções e para que possamos desenhar peças mais criativas”, explica o fundador da marca.
A SKFK, que fechará o exercício com uma faturação aproximada de 14 milhões de euros, um valor semelhante ao do ano passado, lançará na próxima campanha de Natal uma nova marca, a United Change Makers, focada no denim sustentável.
Com uma imagem mais juvenil do que a SKFK, a nova empresa produzirá os seus designs com o certificado GOTS (Global Organic Textile Standard) e estará à venda na União Europeia online (com o seu próprio e-commerce), em pontos multimarca e na lojas monomarca SKFK.
A SKFK desenvolve os seus planos comerciais com os seus próprios recursos. O executivo aponta como objetivo para o próximo ano "maximizar o trabalho positivo" e conclui: "Defendemos valores que nos prejudicam na faturação". E, ainda assim, fazem deles a sua bandeira.
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