Reunidos na sexta-feira em assembleia geral, os acionistas da SMCP (Sandro, Mage, Claudie Pierlot e Fursac), excluíram do conselho de administração da empresa os representantes do grupo chinês Shandong Ruyi, antigo acionista maioritário do grupo.

O grupo chinês, acionista maioritário desde 2016 através do veículo de investimento European Topsoho, com sede no Luxemburgo, estava destinado a perder o controlo do conselho após ter perdido a participação maioritária do capital da SMCP no final de 2021, após tê-lo apresentado como garantia de uma emissão obrigacionista de cerca de 250 milhões de euros contratada com diversos fundos reunidos na entidade GLAS.
 
Esta última, reunindo os fundos BlackRock, Carlyle, Anchorage, Boussard e Gavaudan, tornou-se nessa ocasião no principal acionista da campeã francesa do “luxo acessível”, declarando ter assumido 29% do capital da SMCP.

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O capital adquirido era, na verdade, de 37% mas os credores, ao manter-se abaixo do limiar dos 30%, pretendiam evitar o lançamento de uma OPA (Oferta Pública de Aquisição).

Ansiosos por vender este capital para recuperar os montantes emprestados à europeia Topsoho, estes tentaram anteriormente retirar do conselho de administração os representantes do grupo chinês, cuja situação financeira preocupa os mercados há vários anos.
 
Após uma assembleia geral que durou menos de uma hora em Paris na tarde desta sexta-feira, está feito.
 
A GLAS foi seguida pela grande maioria dos acionistas, uma vez que Yafu Qiu, presidente do conselho de administração, e os outros quatro representantes do grupo chinês no conselho (Weiying Sun, Chenran Qiu, Xiao Su e Kelvin Ho) viram a sua revogação adotada por mais mais de 78% dos acionistas votantes na assembleia.
 

Christophe Chenut, Xavier Veret e Natalia Nicolaidis integram o conselho de administração

 
O Shandong Ruyi e a European Topsoho tentaram "adiar" esta assembleia geral durante a qual o equilíbrio de poder lhes era muito desfavorável, mas o Tribunal Comercial de Paris, que decidiu a realização desta assembleia geral, rejeitou o recurso no início da semana .

Também foi aprovada a nomeação, por quatro anos, de três novos administradores independentes. São eles Christophe Chenut, antigo líder da Lacoste SA e presidente do conselho fiscal da Hopscotch; Xavier Veret, especialista em recuperações de negócios e situações de crise, que trabalhou nomeadamente na Bourbon Offshore, e Natalia Nicolaidis, ex-diretora jurídica da divisão "Investment Banking & Capital Markets" do banco Crédit Suisse. Os três novos membros são eleitos para um mandato que decorre até ao final de 2025.
 
Christopher Zanardi-Landi, CEO da Louis Vuitton China, retirou "por motivos pessoais" a sua candidatura como administrador independente do grupo.
 
Os três novos membros do conselho, que na operação perdeu dois elementos, juntam-se assim a Isabelle Guichot (CEO do grupo), as fundadoras da Sandro e da Maje, Evelyne Chetrite e Judith Milgrom, Lauren Cohen e Marina Dithurbide, bem como os membros independentes Christophe Cuvillier, Xiao Wang, Orla Noonan e Dajun Yang. Se, por enquanto, não foi divulgado nenhum nome em relação à presidência do conselho de administração, esse elemento deverá ser esclarecido em breve.
 
Com AF