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Estela Ataíde
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27 de out. de 2020
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SMCP: um plano 2025 focado na China

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Estela Ataíde
Publicado em
27 de out. de 2020

Numa altura em que o terceiro trimestre, cujos resultados foram divulgados na segunda-feira, registou uma quebra de 9,5% da atividade em valores publicados para 248 milhões de euros, a SMCP quer falar sobre o futuro. Daniel Lalonde, CEO do grupo francês (Sandro, Maje, Claudie Pierlot e De Fursac) apresenta  27 de outubro aos investidores o seu plano para 2025.


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O dirigente, que vê Philippe Gauthier, diretor financeiro do grupo desde 2015, deixar a aventura, pretende, segundo comunicado do grupo propriedade da chinesa Shandong Ruyi, construir o seu futuro sobre quatro pilares. E, claramente, o grupo quer que as suas marcas ressoem na Ásia e, em particular, na China.
 
O grupo anuncia querer “fortalecer a atratividade e a desejabilidade das suas marcas em todo o mundo”. E especifica que pretende trabalhar na estrutura das suas coleções e reduzir a proporção de produtos a preço reduzido, enquanto melhora a experiência em loja. Mas, a China, que há vários meses tem visto o seu consumo aumentar, é um objetivo claramente declarado para a SMCP. O grupo especifica que vai “intensificar os seus investimentos em marketing com um forte enfoque nos suportes digitais de forma a chegar às gerações mais jovens e aos clientes chineses”.

Os clientes chineses, e de forma mais ampla os asiáticos, deverão, de acordo com os planos da direção, representar mais de 50% da atividade do grupo até 2025, contra menos de um quarto atualmente. Para atingir este objetivo e reforçar a sua presença na região Ásia-Pacífico, apresentada como "a mais dinâmica", o grupo pretende implementar um plano que promete "uma experiência de cliente sem fronteiras entre a rede física e o e-commerce" batizado "One Journey”.

A dinâmica é diferente em França e na Europa, onde desde o início do ano se registaram quedas de 19% e 28%, respetivamente. Para França e as suas 520 lojas, o projeto é "acelerar a otimização" e apoiar-se no e-commerce, enquanto no Velho Continente as aberturas de lojas serão "direcionadas". O e-commerce é também visto como a alavanca chave na zona da América, onde o grupo terá que "tirar partido da sua presença atual". Claramente, os investimentos de retalho são maioritariamente destinados à Ásia.
 
Terceiro eixo apresentado: “Fortalecer o business-model do grupo” com o objetivo de reduzir os stocks e aumentar a participação nas vendas a preço completo. Uma "nova organização mundial" é anunciada. Sabendo que o futuro ponto de equilíbrio do grupo deverá situa-se no Extremo Oriente, onde já está localizada parte da sua produção, bem como o seu principal acionista, os detalhes sobre este ponto deverão ser instrutivos sobre o futuro equilíbrio geográfico da SMCP.
 
Por fim, o último ponto apresentado como fundamental neste projeto a cinco anos diz respeito ao aspeto ético e ecologicamente responsável. O grupo, que iniciou algumas iniciativas nesta área nos últimos meses, especifica que pretende reforçar as auditorias para garantir um sourcing ético, mas também desenvolver projetos que envolvam um modelo de produção circular e aumentar de 27% para 60% os produtos com materiais sustentáveis. Também fala sobre os seus planos de abrir "green stores" para reduzir o impacto de carbono do grupo. Do lado dos funcionários, é anunciado um trabalho no domínio da inclusão e da diversidade. Também aqui os detalhes dos projetos deverão permitir identificar quais serão os reais compromissos de RSA do grupo.

Objetivo: uma margem de EBIT de 12% em 2025



Este plano de quatro pontos deverá permitir ao grupo, de acordo com o seu comunicado, atingir um crescimento do volume de negócios de mais de 10% em 2023, em relação a 2019. O que se traduz em mais de 1,250 mil milhões de euros, enquanto a queda este ano poderá ultrapassar os 20% (é de 23,8% nos primeiros nove meses de 2020).

Entre 2023 e 2025, o grupo de moda premium espera um crescimento anual a taxas de câmbio constantes de 6%. Não está especificado neste plano nenhum projeto de crescimento externo, no entanto o grupo espera entre 30 e 50 inaugurações por ano, com o e-commerce a representar 25% das vendas totais em cinco anos. Um plano que, embora o grupo tenha obtido um empréstimo garantido pelo Estado de 140 milhões de euros, deverá permitir, segundo a sua direção, obter uma margem EBIT de 12% em 2025. No entanto, o potencial e a contribuição de cada marca, principalmente no mercado chinês, não são detalhados. Pormenores que talvez sejam fornecidos hoje na conferência destinada aos investidores.

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