AFP-Relaxnews
Helena OSORIO
1 de jun. de 2020
Sobre o racismo, a Nike diz: "Não o cometas!"
AFP-Relaxnews
Helena OSORIO
1 de jun. de 2020
A Nike tomou uma posição contra o racismo, com a campanha "Don't do it" (Não o cometas), uma reviravolta na sua famosa frase de captura, "Just do it" (Fá-lo), como protesto contra a brutalidade policial espalhada pelos EUA.
"Por uma vez, não o faça... Não finja que não há problemas na América", manifestou a Nike, o gigante do vestuário desportivo dos EUA, num vídeo postado no Twitter, sexta-feira (29 de maio).
A mensagem chegou quando manifestantes de todo o território dos EUA saíram à rua, contra o tratamento revoltante de George Floyd, um afro-americano que morreu indefeso, à mãos da polícia de Minneapolis, no início da semana passada.
Num raro sinal de solidariedade, a concorrente Adidas retweetou o vídeo, com uma mensagem que dizia: "Juntos é como avançamos. Juntos é como fazemos a mudança".
A morte de Floyd, na segunda-feira (25 de maio), foi captada num horrível vídeo de telemóvel, agora visto em todo o mundo, em que um polícia branco pressionou o joelho sobre o pescoço de Floyd durante quase nove minutos, até muito depois de este ter ficado imóvel, enquanto outros três polícias ficaram parados, e se ouviam súplicas para que o agente criminoso parasse. Floyd estava a morrer e já a deitar sangue pelo nariz.
"Não vire as costas ao racismo. Não aceite que nos tirem vidas inocentes. Não arranje mais desculpas. Não pensem que isto não vos afecta", disse a Nike no vídeo, no qual aparecem palavras brancas sobre um fundo negro.
A campanha não marca a primeira vez que a Nike se meteu em questões de justiça social nos EUA. O slogan "Just do it" (Fá-lo) é conhecido em todo o mundo.
Em setembro de 2018, a Nike levantou ondas quando lançou uma campanha publicitária com o jogador de futebol americano e ativista, Colin Kaepernick, criticado por se ter ajoelhado durante o hino nacional dos EUA, em jogos, em protesto contra o racismo.
Nos EUA, os protestos e a onda de violência já se alastraram praticamente a todo o país, 40 das 75 cidades em revolta estão em estado de emergência e declararam recolher obrigatório. Os ânimos estão inflamados de ambas as partes, sendo a polícia frequentemente acusada de usar força excessiva. Um cenário que se agrava, desde a passada segunda-feira, sem fim à vista.
Os protestos estendem-se, também, a cidades europeias, como Berlim e Londres, onde milhares de pessoas pedem justiça para George Floyd e o fim do preconceito. Terça-feira (2 de junho), no Brasil, também se fez sentir numa manifestação pacífica contra o racismo que acabou mal.
Entretanto, na sequência dos confrontos, morreram duas pessoas em Chicago e o irmão de Floyd pede que as manifestações se transformem em pacíficas: "O que estão a fazer? Não estão a fazer nada!"
George Floyd, o afro-americano de 46 anos, que tentou fazer um pagamento com uma nota falsa e foi detido pela polícia em Minneapolis, morreu asfixiado conforme atesta a autopsia, por pressão prolongada no pescoço que o impediu de respirar. O agente policial, Derek Chauvin, ajoelhou-se no pescoço de Floyd por pelo menos sete minutos, enquanto este estava algemado e deitado de bruços na estrada.
As Nações Unidas já pediram uma investigação aos procedimentos violentos dos agentes policiais americanos.
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