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Portugal Textil
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3 de mar. de 2021
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Springkode nas mãos da PlatformE

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Portugal Textil
Publicado em
3 de mar. de 2021

O marketplace que aproxima as fábricas de vestuário dos consumidores finais foi comprado pela tecnológica portuguesa cofundada por José Neves, da Farfetch. O objetivo é fundir as forças de ambas as empresas e criar uma plataforma para as marcas e retalhistas estarem em sintonia com a cadeia de aprovisionamento.


©Springkode


A aquisição, refere o comunicado da PlatformE, vai permitir à empresa tecnológica melhorar a sua oferta e liderar a tecnologia da Indústria 5.0, conectando em tempo real dimensões funcionais que nunca antes foram ligadas a grande escala, nomeadamente pontos de venda (comércio eletrónico, lojas físicas, etc.) diretamente com os produtores. Isso deverá permitir mudar para uma indústria que está mais centrada no consumidor e é capaz de agir no chamado “pull-model”, isto é, um modelo em que a produção é feita consoante a procura, gerando um sistema que é mais sustentável, que reduz a incerteza e aumenta a eficiência e a rentabilidade das operações.

«Quebrar fórmulas para fazer avanços na indústria da moda tem sido, historicamente, uma das coisas mais difíceis de fazer, sobretudo devido à manualidade e à falta de evolução que a indústria sofreu em comparação com outras. Estamos muito confiantes que a nossa combinação engenheiros de software e industriais, juntamente com especialistas em dados, nos coloca numa excelente posição para liderar a incrível evolução que vamos ver nas próximas décadas», acredita Gonçalo Cruz, cofundador e CEO da PlatformE.

A Springkode foi fundada em 2018, fez parte da Farfetch Dream Assembly em 2019 e do programa Google Startups Growth Lab em 2020, e implementou uma plataforma direta ao consumidor para criar «um marketplace diretor da fábrica ao consumidor», que está «encerrado temporariamente» desde dezembro de 2020. A empresa integrou a sua plataforma em mais de 30 fábricas, incluindo A. Ferreira & Filhos, Barata & Garcia, Confecções Manuela & Pereira, Pedrosa & Rodrigues e Tiva, com envios para clientes de todo o mundo, que podiam comprar a preços mais baixos, sabendo exatamente a que empresa estavam a comprar. Em 2020, a Springkode foi um dos locais de eleição para a venda de máscaras sociais, tendo uma ampla oferta “made in Portugal” deste tipo de artigo.

Nova oferta este trimestre

Com a consolidação da propriedade intelectual, capacidades de desenvolvimento e redes de contactos das duas empresas, a PlatformE acredita que será possível acelerar a escala do número de marcas, retalhistas e produtores focados num crescimento sustentável, tanto ao nível ambiental como financeiro. Além disso, a conectividade e visibilidade que a junção das duas permitirá será «fulcral para conseguir formas mais inteligentes de desenvolver, lançar e monitorizar coleções de moda, coleções-cápsula ou o lançamento» de novas peças.

«Tem sido um percurso incrível, fazendo a ponte da moda ética entre consumidores finais e produtores. A visão e os valores da Springkode estão perfeitamente alinhados com os da PlatformE. Vemos esta ação como a melhor forma de atingirmos mais rapidamente os nossos objetivos, que são reduzir a pegada ambiental da moda, remodelar a forma como a indústria da moda funciona e dar mais valor a todas as partes envolvidas na cadeia de aprovisionamento», afirma Reinaldo Moreira, cofundador e CEO da Springkode. «Conseguimos muita coisa nos últimos dois anos, mas para termos um impacto maior este é claramente o melhor passo possível», acrescenta.

A integração da tecnologia, processos e equipas já começou e a PlatformE vai potencializar lançamentos ainda neste trimestre, nomeadamente nas categorias de pronto-a-vestir e calçado.

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