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8 de nov. de 2022
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Susana Vieira Santos (The Body Shop): “Tudo o que agora é normal, nós fomos os primeiros”

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8 de nov. de 2022

Com presença no mercado português desde 1986 e operando atualmente 27 lojas em território nacional, a The Body Shop está empenhada em dar-se a conhecer melhor ao consumidor nacional. Numa altura em que cada vez mais os clientes procuram alternativas naturais e que respeitem o meio ambiente, a marca britânica fundada em 1976, que pretende ser totalmente vegan em 2023, está focada em partilhar com os portugueses um percurso que, desde sempre, se pautou pelo respeito pela natureza, pela colaboração com comunidades e pelo ativismo.

À margem da apresentação das sugestões da marca para este Natal (que colocam em destaque o trabalho feito nas últimas décadas em matéria de comércio justo), Susana Vieira Santos, que em junho assumiu o cargo de Activism & Communication coordinator da The Body Shop Portugal, ficando responsável pela comunicação e social media da marca no mercado nacional, falou à FashionNetwork.com dos seus objetivos nesse papel e das prioridades da empresa em Portugal.


Susana Vieira Santos, Activism & Communication coordinator da The Body Shop Portugal - Fotografia: DR


FashionNetwork: Quais são os grandes objetivos da marca em Portugal em matéria de comunicação?
 
Susana Vieira Santos: O meu grande objetivo, neste momento, é dar ainda mais voz aos valores que a marca defende e aos ideais da marca. A marca sofreu, obviamente, um bocado com a Covid-19, como qualquer outra marca cosmética, mas acho que há muita gente que não conhece aprofundadamente a The Body Shop, a mensagem que quer passar e a sua origem. Esta marca começou sem crueldade animal, sempre quis ser 100% natural. Tudo o que agora é normal, nós fomos os primeiros. É importante explicar às pessoas que nós nascemos a fazer isto. E é isto que eu quero, dar essa voz. Dar a conhecer tudo o que esta marca já fez.

FN: Os portugueses não têm essa perceção do historial da marca?
 
SVS: Eu acho que os portugueses têm noção de algumas coisas, mas não de todas. Se calhar esta ideia está muito mais clara no Reino Unido, obviamente, e noutros países, mas aqui não. Porque nós também não fazemos uma comunicação muito de marketing de influência a uma grande escala. Porque queremos comunicar muito na loja, com o público. O nosso objetivo é mais a mensagem da marca, queremos que a mensagem fique clara: sem crueldade animal, trabalhamos com comércio justo com comunidades há 35 anos, fomos a primeira marca de dermocosmética a criar o seu próprio programa de comércio justo com comunidades. Somos uma marca ativista, porque a nossa fundadora [NR: Anita Roddick] era ativista. E é esta premissa que eu quero passar: os valores, o ativismo. Somos uma marca fiel àquilo em que acreditamos e vamos manter isso.
 
FN: Notam uma evolução por parte dos consumidores portugueses na procura do tipo de produtos que a The Body Shop cria?

SVS: Notamos que há efetivamente um aumento e que depois da pandemia houve mais, curiosamente. As pessoas começaram a ficar mais sensíveis a este tema. O que eu sinto é que, por vezes, as pessoas têm uma ideia de que os produtos com ingredientes de origem natural são muito caros. Mas, a verdade é que nós somos dos mais acessíveis em termos de preço, e sempre fomos naturais. Mas, o português está muito mais preocupado, temos, por exemplo, muito mais gente a fazer refill. Começámos com o refill em Portugal em 2021 e começamos a ver um aumento na utilização. Neste momento contamos com 16 lojas com refill stations.
 
"As lojas físicas são a The Body Shop"

FN: Outra aposta da marca são as lojas pensadas em torno do conceito Workshop. Em que se focam essas lojas?
 
SVS: Presente em quatro lojas em Portugal (Vasco da Gama, CascaiShopping, Porto e Colombo), o conceito Workshop é uma experiência imersiva. Apresentamos o produto de que o cliente realmente necessita, fazemos testes, temos um medidor de hidratação. O colaborador dedica tempo para perceber o que é que realmente funciona.  E toda a circulação é pensada para a pessoa conhecer a marca. É muito isso que nós queremos, ser mais pessoais, mais próximos. Por isso é que vivemos muito do trabalho em loja. Mais pessoal, menos online. Por isso é que a Covid foi complexa para nós.
 
FN: Numa altura em que o online ganha cada vez mais terreno, qual é a abordagem da marca?
 
SVS: As lojas físicas são a The Body Shop. O online veio com a Covid, nós não tínhamos o online e criámos o online. Está a correr bem, mas as lojas físicas são o que representa a The Body Shop e isso não vai desaparecer. 

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