Swatch visa crescimento sólido para segundo semestre de 2019

As ações do Swatch Group subiram 5% na quarta-feira (17), após o anúncio dos resultados semestrais. A empresa especializada em relógios informou que tem uma perspetiva positiva para os grandes mercados e espera aumento nas vendas em mercados paralelos.

A fabricante dos relógios das marcas Longines, Omega e Tissot disse que espera que prejuízo do primeiro trimestre se transforme em vendas positivas durante o resto do ano. A notícia foi bem recebida pelos acionistas, que estavam desencorajados com as perspetivas da empresa mediante a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China, que poderia afetar a demanda por artigos de luxo.

"O Grupo Swatch antecipa um forte crescimento no segundo semestre de 2019, por um lado, devido à forte demanda nos principais mercados e, por outro, devido ao fato de o segundo semestre de 2018 ter sido caracterizado como fraco”, declarou a empresa.

A empresa tem realizado "ações intransigentes" contra os comerciantes do mercado paralelo na Europa, Médio Oriente e América do Sul este ano. A ofensiva contra os relógios vendidos fora dos canais aprovados pela Swatch teve um impacto negativo nas vendas do primeiro semestre, com prejuízo de centenas de milhões de francos suíços, disse a empresa.

A Swatch fez uma campanha para acabar com o fornecimento de relógios para revendedores que vendem os seus produtos em mercados paralelos. "A longo prazo, isso irá gerar efeitos positivos nos principais mercados", assegurou a Swatch.

"As notícias sobre o combate aos mercados paralelos são muito animadoras. É preciso criar uma aparência de escassez para os artigos de luxo, senão estes tornam-se commodities", disse Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux.

Durante o primeiro semestre, a Swatch cresceu em grandes mercados como China, Japão e Estados Unidos, em todas as linhas de preços, desde os relógios de plástico da Swatch aos relógios premium da marca Breguet.

Mas, Hong Kong, o maior mercado de exportação de relógios suíços do mundo, foi duramente atingido por protestos políticos nas últimas semanas. "As vendas em Hong Kong, um importante mercado, com boas margens, sofreram turbulências políticas", disse a empresa. "Isso resultou num declínio de dois dígitos nas vendas", acrescentou.

As vendas totais caíram 4,4% em moeda constante, para 4,07 mil milhões de francos suíços (3,67 mil milhões de euros). O lucro líquido caiu 11,3% para 415 milhões de francos suíços (373,8 milhões de euros). De acordo com os analistas, os resultados são mistos, com vendas abaixo do esperado, mas com lucro acima das expectativas.