Reuters
Novello Dariella
1 de fev. de 2019
Swatch: volume de negócios trimestral sobe 5,7% e China desacelera
Reuters
Novello Dariella
1 de fev. de 2019
O Swatch Group informou na quinta-feira (31) que registou uma desaceleração na sua atividade nos últimos três meses de 2018 devido a uma contração na demanda da Ásia e a vendas "muito fracas" em França, que geraram resultados anuais menores do que o esperado e uma queda acentuada no preço das ações na Bolsa de Valores de Zurique.
Os relojoeiros suíços têm vindo a enfrentar vendas mais fracas devido à menor demanda dos turistas chineses, os seus principais clientes, com a desvalorização do yuan e as tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos. As ações da Swatch caíram cerca de 40% no segundo semestre de 2018.
Em França, o final do ano passado foi marcado pelos protestos dos "coletes amarelos", que resultou no fecho de empresas, especialmente em Paris, nos últimos sábados que precederam as festas de fim de ano.
"(Na Ásia), houve uma queda na demanda durante os últimos três meses do ano, especialmente nas vendas de atacado", informou a Swatch.
Para Rogerio Fujimori, analista da RBC Capital Markets, o desempenho negativo da Swatch durante a temporada de festas contrasta com o crescimento orgânico de +7% da divisão de relógios e joias da LVMH, empresa líder mundial em artigos de luxo, e de +5% da sua rival Richemont.
A Swatch, proprietária das marcas Tissot, Omega e Breguet, acredita, no entanto, que poderá recuperar este ano, apesar da difícil base de comparação no primeiro semestre, depois de observar um "crescimento sólido" da sua atividade em janeiro, que os analistas atribuem ao Ano Novo chinês.
"A posição dominante (...) na China será uma oportunidade única para o grupo em 2019, embora a persistência da turbulência nos mercados continue a ser um elemento disruptivo", disse a Swatch.
Dividendo menor que o esperado
A faturação aumentou 5,7% a taxas de câmbio constantes em 2018, para 8,48 mil milhões de francos suíços (7,42 mil milhões de euros), enquanto os analistas consultados pela Reuters previam 8,65 mil milhões.
O lucro líquido também ficou abaixo do esperado, embora tenha subido 14,8%, para 867 milhões de francos suíços, em comparação com os 952 milhões de francos suíços previstos, o que levará o grupo suíço a propor um dividendo menor que o esperado, de 8 francos suíços por ação.
"Claramente dececionante. O crescimento das vendas orgânicas e a margem caíram no segundo semestre do ano", disse Jon Cox, analista da Kepler Cheuvreux.
Para Rene Weber, da Vontobel, os problemas encontrados nos canais de distribuição das marcas Omega e Longines dão apenas uma explicação parcial para a tendência negativa nas vendas e margem. Com isso, o analista irá diminuir as suas estimativas em mais de 10%.
A Swatch não mencionou os resultados das suas marcas high end Breguet e Jaquet Droz nem a demanda pela Tissot, que enfrenta a concorrência dos relógios conectados. A empresa suíça adiou para o final do ano o lançamento de um relógio conectado Tissot com o seu próprio sistema operativo.
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