Tendam inicia refinanciamento dos seus 540 milhões em obrigações após crescimento de 12% na primeira metade do ano

Por

Eva Gracia Morales

Traduzido por
Helena OSORIO

Publicado em
6 de out. de 2022

O grupo Tendam, proprietário de marcas como a Cortefiel e Women'Secret, inicia o refinanciamento dos seus 540 milhões de euros em obrigações. O primeiro passo: uma nova emissão para um máximo de 300 milhões de euros na Bolsa de Valores do Luxemburgo.

Estes títulos, que vencem em 2028, deverão começar a ser negociados a 14 de outubro, segundo o diário económico Cinco Días, que acrescenta que a taxa de juro será definida nos próximos dias, em apresentações aos investidores interessados.

Esta operação servirá para refinanciar os 540 milhões de euros em obrigações que a Tendam tem atualmente no mercado e que vencem em 2024. Se o montante a ser refinanciado for de 540 milhões e a nova emissão for até 300 milhões, de onde virá o restante? A empresa recorrerá à sua liquidez (contava com 177 milhões de euros no final de agosto) e a um novo empréstimo sindicado com o qual reembolsará os 240 milhões de euros.

Outro ponto a lembrar é que a dívida atual da empresa no mercado está dividida em duas emissões obrigacionistas de 270 milhões de euros cada. Foram lançadas em 2017, quando o atual proprietário funda, a CVC e PAI, adquiriu a participação da terceira parte em litígio, Permira.

A Tendam está a lançar este refinanciamento numa altura em que o vento sopra as suas velas com dinâmica. No final do primeiro semestre, no seu caso a 31 de agosto, a empresa tinha registado receitas de 577,4 milhões de euros, mais 12% do que a mesma parcela em 2021 e mais 3% do que em 2019.

As vendas comparáveis cresceram 13% e o EBITDA 11,1% para 78,2 milhões de euros. No final do semestre, a dívida líquida era 62 milhões de euros inferior à do mês de maio, com 370,2 milhões de euros.

Com esta emissão obrigacionista (apesar de um contexto de inflação e subida das taxas de juro), a Tendam procura reduzir a sua dívida, reduzir os juros exigidos pelos investidores e melhorar o seu perfil com vista a uma IPO e possível venda. A melhoria da classificação S&P para B+ em fevereiro e o reembolso antecipado do seu empréstimo ICO no início deste ano também fazem parte deste objetivo.