Tendências Resort 2016: a moda olha para a Ásia

Cada ano, invariavelmente as coleções cruzeiros lembram da viagem, mas para esta temporada 2016 muitos estilistas decidiram olhar um pouco mais ao longe e deixar-se inspirar pela Ásia. Esta tendência não deixa de lembrar o tema da última gala do Met de Nova Iorque, que era a "China: do outro lado do espelho", uma vez que os motivos e os detalhes asiáticos serviram de fio condutor para muitas coleções resort 2016.

Em primeiríssimo lugar a Chanel, onde Karl Lagerfeld adaptou o fenómeno cultural K-pop (música pop coreana), que se desencadeia tanto no Ocidente como no Oriente, à base de cores e motivos caleidoscópicos. O resultado da sua coleção esteve envolto de diversão e frivolidade, indo de belos vestidinhos de verão a tops e saias com listas e figuras geométricas 'flashy', passando pelos tweeds tradicionais da casa de moda francesa, que integravam para a ocasião verdes pasteis ou rosas bombom.
 
Por outro lado, foi notado um aceno para a história coreana em cortes diretamente inspirados em vestidos tradicionais Hanbok tendo, por exemplo, mangas largas e sendo compridos. Quando exibiu sua coleção em Seul nos inícios de maio, Karl explicou que esta coleção é o fruto de uma fascinação que ele tinha por esse país já há muito tempo. E disse: "Adoro as proporções dos vestidos e até mesmo as fibras".

Por seu lado, Roberto Cavalli virou-se para o Japão em sua coleção Just Cavalli Resort, insuflando o espírito do sol nascente com blusas justas com babados, saias maxi bem amplas, sem esquecer dos estampados de quimonos levados aos conjuntos sociais femininos. Também não economizou na cor, deixando espaço para o verde esmeralda e aos bordôs mais profundos. Alguns visuais integravam saias de camurça com folhos e casacos tipo motoqueiro com aplicações para dar um resultado do tipo cruzamento entre Ocidente e Oriente.

A China parece ser o país adorado por Donna Karan neste momento, haja vista sua coleção com sutis influências asiáticas que ela apresentou no início da semana passada. Sua coleção, que coloca o preto e o branco em destaque, oferece uma visão moderna e chique da moda 'fusion', deixando algum espaço às golas Mao, aos quimonos e a magníficos drapeados de seda com fechos-ecler assimétricos, mas também aos detalhes de couro, sem que nos esqueçamos das suas raízes americanas.

Além dessas três coleções, outros estilistas fizeram referência à Ásia com peças escolhidas a dedo, como um estampado de quimono abstrato e cortes três quartos na Diesel Black Gold, há duas semanas, estampado de orquídeas em peças de seda ou combinações contemporâneas na Diane von Furstenberg, no início da semana passada.