Portugal Textil
3 de jan. de 2020
Tetribérica em modo premium verde
Portugal Textil
3 de jan. de 2020
A empresa de vestuário para homem e senhora juntou-se ao movimento sustentável, depois de 25 anos a trabalhar com a indústria do fast fashion. Autoapelidando-se de “grupo verde”, a Tetribérica tem vindo a investir no algodão orgânico e no poliéster reciclado para ingressar no mercado premium.

«Uma das apostas que fizemos, nestes últimos anos foi em produtos sustentáveis, modelos mais simples, mas com detalhes de confeção mais premium, e matérias mais selecionadas», revela Alexandra Paredes, sales executive da Tetribérica, ao Portugal Têxtil. A coleção primavera-verão 2020 destaca os «modelos com malhas de algodão orgânico e poliéster reciclado», como forma de perpetuar o esforço sustentável que a empresa tem vindo a consolidar enquanto um dos seus valores corporativos.
«Temos vindo a constatar que [a sustentabilidade] realmente é um dos principais motivos de procura dos clientes», admite Alexandra Paredes, daí que esta seja uma grande área de investimento para o grupo. Além das «certificações GOTS – Global Organic Textile Standard, OCS – Organic Content Standard e GRS – Global Recycle Standard para os [materiais] orgânicos e reciclados», enumera Alexandra Paredes, a Tetribérica realiza «ações de formação dos colaboradores para o incentivo à existência de menos desperdícios» e instalou «painéis solares mesmo por uma questão de poupança energética». O próximo passo é «apostar numa frota híbrida, de forma a minimizar todos agentes poluentes», avança.
A par da poupança de recursos, a especialista em vestuário visa agora «entrar em mercados mais premium, não só pela quantidade, mas até mais pela qualidade», explica. Após 25 anos na indústria do fast fashion, a sales executive confessa que está na altura de «crescermos nessa área [premium]». Neste sentido, o grupo tem em mãos um novo projeto de «desenvolvimento de uma marca também baseada na sustentabilidade», conta. Sem querer adiantar pormenores, Alexandra Paredes assume que ainda estão «em fase de estudo» e não há data prevista para o lançamento.
Em busca dos bons velhos tempos
Depois de uns primeiros meses de 2019 «complicados», nas palavras da sales executive, a Tetribérica está a «voltar aos bons velhos tempos». Exportando 100% da sua produção, que tem Espanha como principal destino , seguindo-se outros mercados europeus, como a França, Reino Unido, Alemanha e Itália. Alexandra Paredes evidencia o «potencial dos clientes nórdicos», enquanto «um mercado muito interessante e no qual gostaríamos de estar o mais rapidamente possível». O novo alvo vai, aliás, ao encontro da aposta ecológica da especialista em vestuário, já que «o Norte da Europa está na linha da frente no que toca à busca de produtos sustentáveis», destaca.
Contudo, um dos fatores que ameaça o sucesso da empresa e de quaisquer concorrentes na indústria têxtil e do vestuário é, na opinião de Alexandra Paredes, a concorrência «feroz» da Turquia. «Neste momento já não nos podemos vangloriar disso [da qualidade dos tecidos e competitividade dos preços na Europa, registada há cinco anos atrás]. Porque, em termos de preço, eles estão muito fortes, em termos de qualidade estão a aproximar-se. E, neste momento, é uma grande preocupação, sem dúvida», reconhece.
Por outro lado, a sales executive também aponta que «a falta de mão-de-obra em Portugal começa a ser preocupante». A Tetribérica emprega cerca de 60 trabalhadores, que se ocupam das atividades de design, modelagem e corte, e subcontrata a confeção e o acabamento. No entanto, Alexandra Paredes considera que «Portugal é um país formidável não só na indústria têxtil. Acho que temos uma capacidade fabulosa no que toca a ajustarmo-nos nos piores cenários».
A Tetribérica autodenomina-se de «grupo verde», segundo a sua plataforma online, e acredita numa economia circular para «criar uma indústria da moda verdadeiramente sustentável, benéfica para as pessoas e para o planeta, procurando elevar o trabalho ao próximo nível». Este é um dos grandes objetivos do presente e do futuro da empresa, que pretende nos próximos anos conseguir produzir «praticamente tudo em malhas e tecidos sustentáveis», confirma a sales executive.
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