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Portugal Textil
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13 de nov. de 2019
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Tintex quer crescer 12% em 2019

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Portugal Textil
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13 de nov. de 2019

A empresa de malhas espera um final de ano forte, que lhe permita manter o ritmo de crescimento acelerado que tem registado nos últimos tempos. Diferenciação na coleção e colaboração com outras empresas, portuguesas e estrangeiras, do fio à confeção, são dois dos trunfos da Tintex.


Mário Jorge Silva


Em 2018, a Tintex registou um crescimento de 15% face a 2017. «Este ano pensamos crescer outra vez, dos 11,3 milhões de euros para os 12,7 milhões de euros», revela Mário Jorge Silva, CEO da empresa. Nos primeiros oito meses de 2019, o crescimento ficou «um pouco abaixo do que tínhamos previsto», refere, apontando para um aumento de 3% das vendas. As vendas para os últimos meses do ano, contudo, «avizinham-se muito fortes. Os nossos últimos quatro meses do ano fazem desequilibrar», acredita.

Os mercados nórdicos, nomeadamente a Suécia e a Dinamarca, são os principais destinos dos cerca de 30% de exportações diretas da Tintex, uma quota que é superior à registada em 2018. «Dependendo de cada ano, e dependendo dos clientes que temos e dos países em que estamos envolvidos, podemos ter mais ou menos exportação direta. Por exemplo, neste momento estamos com um ciclo de 30% de exportação direta, porque alguns dos nossos clientes internacionais pedem para enviarmos as malhas para o estrangeiro. O ano passado foi cerca de 15%», explica Mário Jorge Silva.

A crescer estão igualmente os negócios na Alemanha e nos EUA. «Estamos, desde há dois anos, a crescer no mercado americano de um modo muito consolidado. É um país que será o segundo maior mercado dentro de dois ou três anos», acredita o CEO da Tintex.

A empresa conta atualmente com tricotagem, tingimento e acabamentos dentro de portas, tendo ainda margem de progressão, garante Mário Jorge Silva. «A Tintex tem uma capacidade de crescimento de 30% sem alterar a estrutura produtiva que temos. Renovámos o parque de máquinas nestes últimos anos e, portanto, não temos nenhum estrangulamento em termos produtivos», acrescenta.

Sustentabilidade e transparência

A grande mais-valia da Tintex, contudo, está concentrada nas coleções de malhas que apresenta aos clientes e que já representam 95% das vendas. Nas propostas para o outono-inverno 2020/2021, a sustentabilidade assume, como acontece há alguns anos, o papel principal. «Esta nova coleção tem a ver com a individualidade e, ao mesmo tempo, com o mundo que nos rodeia enquanto pertencentes a uma coletividade preocupada com a sustentabilidade e, todos juntos, contribuirmos para a redução da pegada ecológica e para a reutilização», explica o CEO.

Quase a totalidade dos artigos têm este princípio incorporado, recorrendo a matérias-primas reciclados, como algodão, poliéster e elastano. A empresa introduziu também a coleção Colorau, com tingimento com corantes de extratos naturais, que «já está em fase de produção», e propostas com fios Texloop Technology, da americana Circular Systems, que faz o upcycling de resíduos têxteis e de vestuário. «É uma colaboração que tem gerado muita simpatia e aceitação», destaca Mário Jorge Silva.

Este trabalho de parceria tem sido explorado pela empresa, nomeadamente através do projeto Co.Lab, através do qual apresentou peças confecionadas produzidas pela Confetil, pela Pedrosa & Rodrigues e pela Becri. «É uma associação entre a Tintex e a C.L.A.S.S., que é uma empresa de consultoria, uma plataforma dedicada aos artigos sustentáveis de grande qualidade. Com a comunicação da C.L.A.S.S. e com os artigos da Tintex, conseguimos fazer coleções para os clientes baseadas em conceitos e apresentar as peças já confecionadas com uma história», explica o CEO, que sublinha que a Tintex «apresenta soluções aos clientes. Não é só apresentar malha».

Propostas que têm sido bem recebidas pelos atuais e potenciais clientes da empresa, assegura Mário Jorge Silva. «Alguns clientes já nos conhecem de longa data, mas sempre que vêm encontram algo de novo. Estamos sempre a surpreender. Há clientes que nos aparecem pela primeira vez e esses ficam boquiabertos porque encontram sete, oito ou 10 pontos de distinção em relação à grande maioria dos nossos concorrentes. Temos aqui inovação contínua, estamos envolvidos em muitos projetos e os projetos em que estamos envolvidos têm o fim prático de levar a inovação ao cliente e também trazer proveito para a própria fábrica e para o nosso país», enumera.

O caminho da sustentabilidade consta entre as prioridades da Tintex, que acredita que «a transparência é um dos pilares que fazemos questão de manter e de aperfeiçoar, porque, além de dar confiança aos nossos clientes, é uma obrigação que a organização sente de melhorar – não podemos errar».

Esta transparência é apoiada por investimentos em comunicação e marketing, que rondam os 300 mil euros por ano, e a melhoria contínua é alimentada pela alocação anual de 6% do volume de vendas para investigação e desenvolvimento. «O sermos transparentes obriga a rigor e é esse rigor que nos dá a garantia que estamos no bom caminho e que estamos aqui para atingir novos patamares, novos clientes, novos mercados e apresentar continuamente aquelas surpresas que fazem ver sorrisos de satisfação e espanto nos clientes», conclui Mário Jorge Silva.

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