Reuters
Helena OSORIO
3 de jan. de 2022
Tory Burch: Magali Muratore na tecnologia e no poder da mudança
Reuters
Helena OSORIO
3 de jan. de 2022
"Desafiem o status quo e não se acomodem" – é o lema de Magali Muratore, que se juntou em julho à marca de moda Tory Burch LLC, com sede em Nova Iorque, como vice-presidente executiva e diretora de tecnologia. Numa entrevista recente à Reuters, Muratore diz que "a mudança é uma coisa boa – com ela surgem novos desafios e oportunidades".
"Não se trata de ser perfeito, mas sim de alcançar sempre o melhor, de saltar com os dois pés juntos e de não ter medo da mudança", disse Muratore, que se mudou da Capital One, onde foi vice-presidente sénior e diretora de Informação de Retalho, Direto e de Pequenas Empresas.
Em entrevista à Reuters, Magali Muratone abordou o poder da mudança, referindo o primeiro emprego após a graduação em Paris, na Hyperion, desde então adquirida pela Oracle. “Foi a minha primeira introdução à integração de dados. Descobri que estava motivada para conduzir mudanças em grandes organizações e misturar visão estratégica e foco no cliente com execução de engenharia rigorosa”.
“Mesmo antes da pandemia, nós (na Capital One) concentramo-nos em conceber e em criar espaços de trabalho físicos e digitais que promovessem a inovação rápida e a colaboração fluida, que são mais importantes do que nunca, numa altura em que a maioria dos nossos associados trabalham a partir de casa. Ser construído como uma empresa tecnológica moderna permitiu-nos responder como uma empresa tecnológica moderna: identificando rapidamente as tensões no sistema, aproveitando dados e software para (re)imaginar novas formas de pensar e soluções de escala rápida para os nossos associados e clientes”.
A nova executiva da marca que, em Portugal, ganhou notoriedade pela negativa (por ter colocado à venda cópias da tradicional camisola poveira a 695 euros), afirmou que a pandemia “não só mudou a forma como trabalhamos, como também a nossa forma de vida”, humanizando-a.
Magali Muratone foi mais longe, dando o exemplo de, com a equipa a funcionar a partir de casa, “não é raro que se faça uma breve pausa numa reunião para saudar uma criança ou animal de estimação”.
“No planeamento de eventos de equipas, esforçamo-nos por nos tornarmos amigos da família. Ajustamos o que antes eram almoços presenciais para criar sessões remotas com pequenos grupos, onde me reúno com a equipa para ouvir diretamente os desafios que poderiam estar a enfrentar, e juntos, discutimos o contexto e as soluções. Na ausência de momentos orgânicos anteriores no escritório, estas sessões permitiram ligar-me à equipa”.
Com base no feedback dos associados, a empresa agenda mensalmente "dias sem reuniões" e "sextas-feiras em modo avião" (um bloco de quatro horas de reunião todas as sextas-feiras à tarde) para garantir que a equipa tenha um espaço para cuidar de si própria, mas também dos entes queridos.
“Ao longo da minha carreira, descobri que é importante ouvir a equipa e as suas necessidades, fornecer um sentido de propósito e ser empático. A pandemia reforçou ainda mais estes valores, mas lembrou-me também de formas de ser um líder mais eficaz. Para mim, esses lembretes incluíram estar mais consciente da importância do bem-estar emocional. Além disso, a pandemia reforçou a importância de aparecer autenticamente como um líder, partilhar as minhas próprias lutas e deficiências e ser mais aberto”.
Na opinião de Muratore, a pandemia tem funcionado como a útil lembrança de que é importante adaptarmo-nos, mudar e crescer e encaminhar as equipas nessa viagem. “Globalmente, penso que todos aprendemos muito sobre resiliência, comunicação e importância do bem-estar, que é algo que podemos aproveitar em todas as áreas das nossas vidas”.
Por fim, Magali Muratore deixa o conselho de nos mantermos sempre abertos a novas possibilidades e oportunidades, justificando que se tivesse seguido um plano e um caminho de carreira rigorosos, teria perdido a capacidade de crescer, de aprender e de encontrar o que mais aprecia: liderar equipas técnicas.
“Abraçar a curiosidade e dizer sim a novas oportunidades fora da minha zona de conforto tem sido uma parte importante do meu percurso profissional. Aprendi ao longo da minha carreira que nenhuma experiência é má, apenas representa mais uma oportunidade de crescer”.
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