
Estela Ataíde
1 de fev. de 2023
Trabalhadores da Ecco em greve até sexta-feira

Estela Ataíde
1 de fev. de 2023
Os trabalhadores da fábrica de calçado da Ecco em Santa Maria da Feira estão desde terça-feira (31 de janeiro) em greve parcial, manifestando-se até ao final da semana contra a recusa da empresa dinamarquesa em aumentar o salário dos operários em 100 euros.

Fernanda Moreira, dirigente do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC), explica em declarações à agência Lusa que a Ecco apenas pretende aumentar os funcionários em 55 euros mensais, valor de acordo com o legalmente exigido para fazer face à inflação. No entanto, os trabalhadores reivindicam um valor superior no sentido de “conseguirem recuperar o poder de compra que perderam nos últimos anos”.
“Em 2014, a Ecco pagava 130 euros acima do salário mínimo nacional, mas agora só está a pagar 46 euros a mais e, como o nível de vida subiu tanto, os 100 euros que pedimos são mais do que justos, atendendo a que, noutras categorias profissionais, a empresa tem dado aumentos de 500, 600 e até 2.000 euros”, detalha a dirigente do SNPIC, que é também funcionária da Ecco.
Fernanda Moreira alega ainda que a recusa do aumento solicitado pelos trabalhadores não se prende com qualquer dificuldade financeira por parte da Ecco, já que empresa dinamarquesa “tem estado a recuperar bem” da redução na faturação provocada pela pandemia e das “vendas mais baixas na Rússia após o investimento grande que lá se fez”. A questão prende-se, acredita a representante sindical, com a distribuição orçamental feita pela sede da empresa, que “define um orçamento para a fábrica de cada país e, para Portugal, tabela sempre por baixo, o que é totalmente injusto”.
Recusando-se a comentar os valores salariais em negociação, contactado pela Lusa Gustava Kremer, diretor-geral da fábrica Ecco’let Portugal, indica que a empresa tem mantido “um diálogo transparente e construtivo com o sindicato” e garante que “a Ecco Portugal paga remunerações no mínimo cerca de 20% acima do salário mínimo nacional, subsídio de alimentação no valor de 5,20 euros e oferece um conjunto de benefícios adicionais como, por exemplo, o seguro de saúde gratuito e refeições na cantina a preços reduzidos”.
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