AFP
Helena OSORIO
21 de dez. de 2022
Uma exposição em Tóquio sublinha o fascínio da Dior pelo Japão
AFP
Helena OSORIO
21 de dez. de 2022
A exposição Christian Dior: Designer of Dreams abre as portas, na quarta-feira (21 de dezembro), no Museu de Arte Contemporânea de Tóquio, centrando-se no fascínio pelo Japão do designer francês da Normandia e na influência nas suas próprias peças.

A exposição Christian Dior: Designer of Dreams chega ao Japão após atrair multidões em Paris (2017), Londres (2019) e Nova Iorque (2021), onde estará patente até ao dia 28 de maio de 2023.
A edição japonesa apresenta 350 vestidos de alta costura, incluindo peças inspiradas no Japão e expostas em cenários concebidos para homenagear a cultura japonesa.
O arquiteto parceiro da OMA, Shohei Shigematsu, criou estruturas, incluindo uma sala coberta com uma fachada tridimensional ondulada construída a partir de papel washi tradicional translúcido colado a molduras de madeira.
"Quando a Dior faz uma saia, há uma estrutura e depois o tecido é colocado em cima", disse à AFP. "Foi-me pedido para criar uma estrutura tradicional japonesa, por isso pensei nestes ecrãs shoji, por exemplo, que têm uma estrutura de madeira e são cobertos com papel".

Cada parte da exposição apresenta um design interior diferente destinado a mostrar várias formas da cultura japonesa.
"Existe uma secção inspirada numa sala de tatami encomendada separada por portas de correr. Mas nem tudo é simples e minimalista no Japão", lembrou o arquiteto.
"Temos designs diferentes como jardins japoneses e quimonos de cores muito vivas. Eu queria mostrar facetas do Japão que as pessoas desconhecem", acrescentou Shohei Shigematsu.
Christian Dior apresentou a sua primeira exposição no Japão em 1953, e o designer fundador da maison sentiu um verdadeiro fascínio pelo país. "Dior tinha muito respeito pela cultura tradicional japonesa e escreveu sobre ela nas suas memórias", disse por sua vez a curadora da exposição, Florence Müller.
"Penso que existe um fascínio mútuo entre França e Japão", frisou ainda.
A partir dos anos 50, a Dior também colaborou com empresas japonesas, dando-lhes os direitos de adaptação e reprodução dos estilos Dior para se adequarem aos gostos locais.

Como sinal da popularidade da marca, a antiga imperatriz consorte Michiko do Japão escolheu um vestido Dior feito de têxteis japoneses para o seu casamento com o príncipe Akihito em 1959, que é atualmente imperador emérito por problemas de saúde, tendo sido o 125.º imperador do Japão entre 1989 e 2019.
A exposição de Tóquio, que decorre até ao final do mês de maio próximo, inclui peças históricas criadas por Christian Dior, bem como obras de diretores criativos mais recentes, e apresenta várias peças inspiradas pelo Japão.
Entre estas peças incluem-se um casaco de John Galliano com a inscrição "The Great Wave Off Kanagawa" na base da sua saia completa, e vestidos de corte fino com cintos ao estilo japonês obi desenhados por Raf Simons.
O austero vestido casaco de Dior chamado "Rashomon" – com o nome de um romance e filme japonês dirigido por Akira Kurosawa – está também em exibição em Tóquio.
"Esta exposição mostra o respeito mútuo entre o Japão e França na sua abordagem ao artesanato, moda, design e arte", concluiu Shigematsu.
Por Natsuko FUKUE
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