Umòja lança sapatilhas 100% vegetais e rastreáveis
A jovem marca Umòja lançou a sapatilha Mmea, um modelo concebido entre França, Burkina Faso e Portugal que privilegia materiais vegetais. A sua história começa em 2018 quando, após viajarem de férias pela África Ocidental, Lancine Koulibaly e Dieuveil Ngoubou, dois amigos que se conheceram na faculdade, descobriram o artesanato local. Nasceu então a ideia de lançar uma marca de sneakers que honrasse esse savoir-faire tradicional.
Rapidamente os dois amigos se voltaram para o Burkina Faso, o maior produtor de algodão da região, e escolheram trabalhar com a Adaja, uma empresa que gere a produção e comercialização de tecidos de algodão e que tem também uma fundação que trabalha pela integração das mulheres.
Fabricados no Burkina Faso e em Portugal, os primeiros modelos assinados pela Umòja foram lançados em 2019, e a marca participou no salão Who’s Next.
Lancine Koulibaly e Dieuveil Ngoubou não estavam, porém, totalmente satisfeitos, conforme explica Koulibaly: “Queríamos um sapato que fosse 100% rastreável, da renda ao ilhó, e não era esse o caso.” Os dois fundadores foram então em busca de parceiros que pudessem conceber todas as partes do calçado com materiais ecologicamente responsáveis.
Resultado: a parte superior da Mmea é fabricada em algodão bruto biológico, tecido artesanalmente no Burkina Faso, e a sola é feita de leite de seringueira, projetada por uma empresa de Lyon que também desenvolveu reforços em espuma de seringueira para a Umòja.
A entressola e os reforços da biqueira e dos calcanhares são em fibra de cânhamo e vêm de Rouen, enquanto as riscas e atacadores são em linho. Tudo é montado em Portugal com uma cola em látex natural.
Para lançar este calçado 100% vegetal, que segundo Lancine Koulibaly pode ser utilizado em compostagem industrial, a Umòja apelou ao crowdfunding. A campanha na plataforma Ulule termina em meados de maio.
A Umòja deverá participar nas próximas edições do salão francês Who's Next e na feira italiana Micam com este modelo, que é vendido por 240 euros, preço justificado pelos fundadores com o custo dos materiais.
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