Under Armour suspeita de fraude contabilística

A marca desportiva americana Under Armour confirmou no domingo que será objeto nos Estados Unidos de uma investigação à sua contabilidade, que as autoridades suspeitam ter sido retocada para dar a ideia de resultados mais sólidos do que na realidade eram.

"O grupo responde desde julho de 2017 a pedidos de documentos e informações principalmente sobre as suas práticas contabilísticas e a sua transparência", disse um porta-voz numa mensagem enviada à AFP.
 
No entanto, a Under Armour declara-se inocente: o grupo "está firmemente convencido" de que estas práticas "eram adequadas", acrescentou o porta-voz, afirmando estar a colaborar com o departamento de justiça americano e com a Comissão de Valores Imobiliários americana (SEC). A existência destas investigações havia sido revelada no início do dia pelo Wall Street Journal.

Segundo o jornal económico, que cita fontes familiarizadas com o assunto, as autoridades questionam-se se, durante a publicação dos seus resultados financeiros, a Under Armour não atribuiu determinadas vendas de um trimestre a outro.

O grupo registou um aumento meteórico até alcançar em 2018 um volume de negócios de 5 mil milhões de dólares, patrocinando grandes nomes do desporto como o astro do basquetebol Stephen Curry, a ponto de beliscar as participações de mercado da Nike e da Adidas. Mas, em 2017, o motor de crescimento parou, forçando a direção a lançar uma vasta reestruturação, que incluiu cortes de empregos.

Estas revelações acontecem alguns dias após o anúncio da saída do líder e fundador Kevin Plank, que a 1 de janeiro deverá deixar o cargo de diretor-geral a um dos seus tenentes. Plank permanecerá como presidente executivo do conselho de administração. Nesse anúncio, datado de 22 de outubro, o grupo assegurou que essa passagem de testemunho estava planeada há algum tempo e foi cuidadosamente preparada. A Under Armour divulga esta segunda-feira os resultados do terceiro trimestre.