VF Corp compra Supreme por 2,1 mil milhões de dólares
Há vários meses, Steve Rendle, diretor geral da VF Corp, anunciou que o seu grupo estava pronto para crescer. A proprietária de marcas como Vans, The North Face, Timberland ou Dickies passou das palavras à ação a 9 de novembro.
O grupo americano revelou ter adquirido a icónica marca de streetwear nova-iorquina Supreme por 2,1 mil milhões de dólares (176 mil milhões de euros), o equivalente a um pouco menos de 15 vezes o EBITDA. Os fundos Carlyle Group e Goode Partners, que em 2017 adquiriram participação no capital da marca criada em 1994 com uma loja na Lafayette Street em Nova Iorque e agora dirigida por James Jebbia, venderam as suas ações na empresa.
Na altura, a imprensa noticiou que os fundos haviam adquirido metade do capital por cerca de 500 milhões de dólares. O volume de negócios de 2016 foi estimado em 100 milhões de dólares. A VF indica que, durante o exercício encerrado em janeiro de 2017, a Supreme havia realizado 200 milhões de vendas.
Atualmente, a marca deverá encerrar o seu ano fiscal com um volume de negócios em torno de 500 milhões de dólares. Com o desenvolvimento da sua oferta, as suas colaborações (nomeadamente com a Vans, a The North Face e a Timberland) e a sua expansão internacional, a Supreme é, portanto, o peso pesado indiscutível do streetwear mundial. Um mercado que a VF estima em cerca de 50 mil milhões de volume de negócios.
Através de um comunicado, Steve Rendle, CEO da VF, declarou: “A VF é o player ideal para honrar o legado autêntico desta marca de lifestyle, ao mesmo tempo que oferece a oportunidade de tirar partido do nosso poder e da nossa expertise para permitir um crescimento sustentável a longo prazo.”
“A aquisição da marca Supreme é uma validação suplementar da nossa visão e da nossa estratégia para fazer evoluir ainda mais o nosso portefólio de marcas a fim de explorar todas as oportunidades de mercado que vemos no setor do vestuário e do calçado. A marca Supreme acelerará ainda mais a transformação do modelo de negócio hiper-digital da VF e será um impulsionador significativo do nosso compromisso com a criação de valor a longo prazo para o grupo."
O streetwear faz, de facto, parte do plano anunciado pela direção da VF aos investidores. Segundo a apresentação feita pelo grupo americano, este já realiza no seu exercício de 2020 com a Vans, The North Face, Timberland e Dickies cerca de 3 mil milhões em vendas neste segmento.
Na sua apresentação aos investidores, o grupo destaca a força do modelo de venda direta ao consumidor da Supreme. E sublinha que a margem bruta, de 60%, está ao nível da locomotiva Vans, e que a sua margem operacional, de 20%, se aproxima da da Vans, que chega a 23%.
De acordo com a direção, a Supreme dispõe também de grandes oportunidades de crescimento, em particular através do desenvolvimento da sua rede de lojas, mas também de outras categorias, de produtos. O vestuário representa atualmente quase 3/4 da sua atividade. O seu potencial é, portanto, forte noutras categorias: a marca assina também uma colaboração com a Opinel para um drop personalizado da famosa faca francesa. Mas, acima de tudo, a Supreme, conhecida em todo o mundo, tem potencial de crescimento internacional, com o mercado americano a representar ao dia de hoje mais de metade da sua atividade
Efetivamente, o grupo diz esperar até 2024 um volume de negócios de mais de mil milhões de dólares para a Supreme, com um crescimento anual das suas vendas entre 8% e 10%. Resta às partes finalizar a operação, que deverá entrar em vigor até ao final do ano.
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