Valentino: vendas sobem 15% em 2022
A Valentino continua em ritmo de cruzeiro em 2022. O seu volume de negócios ascende a 1,419 mil milhões de euros, um aumento de 15% face a 2021. O crescimento foi de 10% a taxas de câmbio constantes. A marca de luxo romana também melhorou a sua rentabilidade com um lucro operacional (Ebit) de 121 milhões de euros, que cresceu 30% num ano, e um excedente operacional bruto (Ebitda) de 337 milhões, um aumento de 18%.
Estes bons resultados são fruto de uma grande reorientação na rede de venda direta. No ano passado, as vendas da Valentino no canal de lojas próprias, incluindo a sua loja online, cresceram 21%, enquanto as vendas no atacado caíram 6%. O número de revendedores multimarca foi reduzido, com a marca a preferir “apostar exclusivamente na distribuição baseada em parceiros selecionados”, refere em comunicado.
Neste contexto, a quota de vendas registada apenas na sua rede de lojas de gestão direta aumentou, passando de 54% em 2019 para 62% em 2022. Este aumento deve-se “à estratégia desenvolvida por Jacopo Venturini, CEO da Valentino, a partir de junho de 2020, e levou a marca romana a aumentos de dois dígitos nas vendas após anos de crescimento de um dígito”, sublinha a empresa.
Presente em 100 países, a marca planeia chegar às 221 lojas próprias até ao final de 2023. Em 2022, abriu 24 lojas diretas e realocou sete unidades, enquanto este ano estão previstas 23 aberturas e 15 unidades serão realocadas. Um novo conceito de design, com destaque para a experiência do cliente, foi desenvolvido e inaugurado em outubro passado em Jeddah, na Arábia Saudita, em Genebra, na Suíça, e em Florença. Entre os principais projetos para o ano em curso está a mudança das flagship stores: a de Paris muda-se para a avenue Montaigne na primavera e a de Nova Iorque para a Madison Avenue no outono.
O site da Valentino "está a ganhar um novo impulso, progredindo constantemente", indica também a empresa , sem fornecer detalhes quantificados. A Valentino recuperou o controlo interno do seu e-commerce, gerido até então pela Yoox-Net-a-Porter. A transição começou no início de 2022 no Japão, seguida pelos Estados Unidos e o resto do mundo. Isso permitiu à marca “acelerar a integração omnicanal para tirar partido de novas oportunidades, obter uma planificação e uma adaptação local mais eficientes e fortalecer a interação com os clientes, seja em mercados consolidados ou em novos mercados”.
Do ponto de vista geográfico, os mercados mais fortes no ano passado foram a Europa, a América do Norte e o Médio Oriente, enquanto a região da Grande China “se caracterizou pela volatilidade relacionada com a Covid”, nota o grupo detido pelo fundo de investimento do Qatar Mayhoola.
Além do canal retail, a Valentino reposicionou-se em torno da sua marca principal, comandada no estilo por Pierpalolo Piccioli, encerrando a sua linha jovem REDValentino com a temporada outono-inverno 2023/24. As peles também foram banidas das coleções. Daqui resultou uma quebra de 100 milhões de euros, ou seja, o volume de negócios alcançado em 2019 pelo conjunto destas duas atividades. O que não impediu que o volume de negócios crescesse em 2022.
Os acessórios continuam a dominar as vendas da marca, seguidos do prêt-à-porter. A marca também destaca os bons resultados de outras categorias, como a atividade de perfumaria e beleza, gerida sob licença pela L'Oréal, que viu as suas vendas saltarem 40% em 2022, ou a sua linha de óculos, gerida sob licença pela Akoni, prestes a reposicionar-se no segmento de alta gama.
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