
Estela Ataíde
30 de nov. de 2017
Valérius apresenta projeto de economia circular

Estela Ataíde
30 de nov. de 2017
A empresa têxtil portuguesa, que fabrica para marcas como COS, do grupo H&M, Moschino, Max Mara, Carven e Coach, apresentou na quinta-feira (30) em Barcelos a sua estratégia no âmbito da economia circular e sustentabilidade. Em cinco anos, garante a empresa, 25% das suas vendas serão produtos feitos a partir de desperdícios têxteis.

“Não podemos continuar a crescer vendendo mais peças”, alerta o Comendador José Vilas Boas Ferreira, CEO da Valérius. O responsável explicou à FashionNetwork.com que é preciso “mudar o paradigma”. Por isso, a proposta da empresa têxtil é reutilizar os excedentes têxteis, reciclá-los e a, partir deles, criar novas peças.
Decidida a impulsionar a consciencialização no setor e a ser um motor para a mudança, a Valérius elaborou o projeto Valérius 360, um plano de economia circular, que passa por
agrupar os desperdícios por composição, cor e título de fio, sendo estes depois transformados em matéria-prima, que por sua vez passará pelo processo de fiação, dando origem a um novo fio para produzir uma nova peça de vestuário.
O evento de apresentação do projeto, que decorreu no Teatro Gil Vicente, em Barcelos, contou com a participação dos oradores Paulo Reis, diretor geral da F. Iniciativas Portugal, que abordou as metas da União Europeia sobre o tema da Economia Circular e Sustentabilidade, Renato Dias, do CITEVE, que explorou a questão da certificação em termos de sustentabilidade, com a apresentação da norma STeP (Sustainable Textile Production) by OEKO-TEX, e Raul Fangueiro, professor da Universidade do Minho, que apresentou a Plataforma Fibrenamics, dedicada ao desenvolvimento de produtos inovadores com base em fibras. Posteriormente, foram apresentados case studies de alguns clientes e parceiros.
Durante o workshop, a empresa aproveitou ainda para apresentar a Bolsa de Estudos Valérius 360, que será atribuída no próximo ano na Universidade do Minho, que já tinha vários projetos nesta área de investigação.
A parceira com a universidade é, aliás, um dos passos importantes de todo este processo.
Para que o projeto Valérius 360 possa ser aplicado, já foram formadas as equipas que ficarão encarregues de, juntamente com a Universidade do Minho, estudar o melhor processo para criar peças com a mesma qualidade das peças feitas a partir de matéria-prima virgem.
Confiante no plano delineado pela empresa, o CEO da Valérius acredita que, no prazo de três anos, já haverá um produto feito pela Valérius a partir deste processo. O responsável compromete-se mesmo a que, no prazo de cinco anos, 25% das vendas da Valérius consistam em produtos resultantes deste processo.
No encerramento do evento, o CEO da Valérius resumiu: “A palavra que fica é confiança, queremos ter a confiança dos nossos parceiros e dos nossos compradores. Não queremos vender a qualquer custo, nem queremos comprar a qualquer custo.”
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