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Portugal Textil
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4 de jun. de 2021
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Vandoma estreia-se na Pitti Uomo

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Portugal Textil
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4 de jun. de 2021

A especialista em gravatas vai estar, pela primeira vez, na mais reputada feira de moda masculina do mundo, agendada para 30 de junho a 2 de julho. Depois de ter garantido a entrada, a Vandoma está a preparar uma participação especial, com uma linha premium especialmente pensada para a edição 100 da Pitti Uomo.


Ana Lisa Sousa


A persistência da marca detida pela António Manuel de Sousa deu resultados e, após algumas tentativas, estará em Florença a expor na Pitti Uomo. «Há quatro ou cinco anos candidatámo-nos à Pitti Bimbo e entrámos à primeira. Chegar à Pitti Uomo sempre achei que era um bocado arrogante da nossa parte, porque Itália é conhecida pelas gravatas, mas depois de ter entrado na Pitti Bimbo, pensei que a Pitti Uomo seria facilmente alcançável. Comecei a tentar e claro que fui sempre recusada», conta Ana Lisa Sousa, sócia-gerente da empresa, ao Portugal Têxtil. «Não sei quantas vezes fui recusada, mas devem ter sido mais de quatro de certeza. O ano passado resolvi voltar a candidatar-me e tive a agradável surpresa, em dezembro, de eles [a organização] dizerem que tínhamos sido aceites», revela. «Costumo brincar que foi num ano atípico, em que presumo que as candidaturas tenham sido muito inferiores, que conseguimos entrar», acrescenta.

Embora a pandemia possa ter sido o empurrão para a organização da Pitti Uomo se ter rendido à Vandoma, foi também o motivo que a fez ficar em casa, uma vez que a edição de janeiro deste ano não se realizou fisicamente, apenas no digital. «Decidi não participar porque com as gravatas não é fácil, ninguém compra gravatas se não puser a mão nos tecidos, ainda para mais sendo nós um fornecedor novo na feira», justifica Ana Lisa Sousa.

A estreia ficou, assim, adiada para a segunda edição deste ano, atualmente projetada para acontecer fisicamente de 30 de junho a 2 de julho, na qual terá uma participação especial, juntando a vertente de criança com a de adulto. «Como as feiras [Pitti Bimbo e Pitti Uomo] vão ser juntas, a organização permitiu-nos estar presentes só numa delas – não fazia sentido estar com dois stands. E até me permitiram mais: colocar alguns artigos de criança na secção de homem. Acho que é inédito para a Pitti e uma vitória para nós», considera a sócia-gerente da empresa.

Nova linha em Florença

A expectativa é encontrar novos clientes estrangeiros naquela que é «uma das feiras de status. Às vezes não é pelas vendas ou pelas encomendas, mas a verdade é que é importante estar lá, é uma referência para qualquer marca dizer que estou na Pitti Uomo», refere Ana Lisa Sousa.



Nos contactos que tem feito, apesar de haver pessoas que não vão conseguir fazer a viagem até Florença, «há muitos clientes que estão expectantes em relação à Pitti Uomo, porque toda a gente tem uma vontade enorme de voltar a viajar, de voltar a encontrar-se e de ver novidades», aponta.

Como não há uma segunda oportunidade para criar uma boa primeira impressão, a presença da Vandoma na Pitti Uomo está a ser pensada ao detalhe e inclui uma nova gama. «Decidi criar uma linha premium porque acho que a Pitti precisa disso, não só da gravata normal para os dias normais. E também para competir, porque há outras marcas lá», revela. Gravatas com construções e pormenores diferentes, adequadas a dias especiais, irão constituir esta linha premium. «Vamos lançar uma etiqueta diferente, na mesma com a Vandoma, porque é importante distinguir», afirma a sócia-gerente.

A concretizar-se, como se espera, esta será a primeira feira física em que a Vandoma irá participar no último ano, estando igualmente inscrita na Munich Fabric Start e na Première Vision, num certo retorno à normalidade.

2020 foi um ano em que a empresa “trocou” as gravatas pelas máscaras sociais, que permitiram manter a laboração sem grades interrupções, com exceção de duas semanas de layoff logo no início da pandemia. «Tivemos sempre trabalho até janeiro, mantivemos as pessoas todas», salienta Ana Lisa Sousa.

O regresso ao core business tem sido gradual, sobretudo no mercado nacional, acompanhando o levantamento das restrições. «Até janeiro estivemos com máscaras, fevereiro e março esteve parado. Entretanto, como o Governo deu autorização aos casamentos e cerimónias, as lojas começaram a abrir e estamos a entregar coleção, mas ainda é tudo muito comedido», adianta a sócia-gerente. Nos mercados externos «temos tido as encomendas regulares», assegura.

Otimista por natureza, Ana Lisa Sousa acredita, contudo, que a situação «vai melhorar» e que «a partir de setembro vamos conseguir retomar muita coisa».

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