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Helena OSORIO
Publicado em
29 de jun. de 2021
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Vanguarda internacional em exposição em Paris

Traduzido por
Helena OSORIO
Publicado em
29 de jun. de 2021

Apesar de a Paris Fashion Week Men's ter sido em grande parte uma semana da moda virtual, as coleções apresentadas na Cidade da Luz, no passado fim-de-semana, não deixaram de encantar. Com a sua diversidade e inventividade, as novas marcas internacionais, assim como algumas com uma reputação bem estabelecida, que desfilaram na capital francesa, seduziram com a originalidade das suas propostas. Tal como as marcas portuguesa Ernest W. Baker e berlinense GmbH; e o renomado designer dinamarquês Henrik Vibskov também artista, curador e músico.


Look da marca portuguesa Ernest W. Baker para a primavera-verão 2022 - Instagram @ernest_w_baker


Ernest W. Baker: retro rock



A marca Ernest W. Baker fundada pela portuguesa Inês Amorim e pelo norte-americano Reid Baker, que estreou na Paris Fashion Week (PFW) no verão passado, continua a escavar o passado, viajando no tempo em busca de uma elegância masculina perdida, que procura restaurar os códigos de vestuário antigos com os de hoje. Este desejo foi confirmado e marcado por um filme com uma atmosfera nostálgica, onde os modelos da marca portuguesa caminham pela noite dentro à chuva, protegidos pelos seus guarda-chuvas, e segurando um bouquet de rosas molhadas.

O resultado? Uma coleção com uma certa frescura onde a elegância impecável e retro do ano passado é revigorada por um espírito rock. Assim, em vez de botas de chuva, os modelos calçam santiags coloridos, dentro dos quais enfiam as calças, enquanto todo o tipo de detalhes e acessórios de couro completa a silhueta, desde luvas de condução até colarinhos e punhos de couro preto que forram certos casacos.

Fatos impecáveis com bermudas em xadrez preto e branco ou casacos de peito duplo em tons de vermelho alternam com trajes mais jovens de inspiração universitária americana, com o clássico casaco de peluche, camisas de colarinho com botões, e um casaco de cardigã com um placket de botões numa cor diferente. Um padrão de rosas suaviza a afirmação em coletes sem mangas, calções e conjuntos de calças de ganga.

Aliás, o nome da marca é o do avô norte-americano do cofundador Reid Baker, um dos primeiros publicitários em Detroit. Ou seja: cada coleção conta a história e legado de Ernest W. Baker, recriando peças clássicas que parecem ter sido retiradas do seu armário (se bem que intervencionadas).


A marca de Berlim com convicções políticas - GmbH


GmbH: do couro às penas



É possível encontrar as mesmas botas de montar usadas com calções brancos das Bermudas ou enroladas em calças apertadas de ganga ou couro caramelizado na GmbH, a marca de Berlim gerida pelo fotógrafo de origem paquistanesa e norueguesa Benjamin Alexander Huseby (um regular das revistas Dazed e Purple) e pelo designer alemão de origem turca Serhat Isik.

Mas o estilo é de outro registo que oscila entre a virilidade e sensualidade. Por um lado, um aspeto hussardo, com botas altas, casacos enfaixados, camisas coloniais com bolsos abotoados até ao pescoço. Sem esquecer o aceno para o símbolo da foice e martelo em cruz, que paira nas camisolas.
 
Por outro lado, o casaco é usado decotado como um vestido, as camisas são desabotoadas e amarradas junto ao estômago, a paleta vai de malva a azul bebé. As camisas desportivas são harmonizadas com tops, os cardigans são atirados sobre os ombros como um xaile. Penas leves de avestruz ressaltam do colarinho de um casaco ou camisa de ganga, ou de um casaco e blusa, em branco, rosa pálido e azul celeste. Note-se a T-shirt que advoga uma Free Palestine (Palestina Livre) feita em colaboração com a marca palestina Trashy Clothing.


Um look do designer dinamarquêsHenrik Vibskov - Henrik Vibskov


Henrik Vibskov: gráfico e ensolarado



O estilista dinamarquês, presente na Paris Fashion Week Men's desde 2003, apresentou uma coleção alegre para homens e mulheres para a estação de primavera-verão 2022, com volumes confortáveis, que apresenta através de um vídeo divertido intitulado The Sun Will Shine on the Assemble Line (O Sol Brilhará na Linha de Montagem).

Um grupo de personagens heterogéneos de todas as idades apresenta-se, depois de ter carimbado a sua hora de chegada como na fábrica, numa grande sala luminosa, em frente a uma linha de montagem futurista, onde tem de moldar os acessórios e peças de vinil branco, que irão decorar as roupas da coleção, como protuberâncias futuristas: golas, ombreiras, lapelas.

O seu aspeto é colorido, com foco em controlos (pequenos e grandes) e padrões geométricos ou tecidos jacquard. Os casacos para vestir por cima de uma camisa são usados com calções ou calças de algodão; os casacos parecem quimonos; os fatos são cortados em mollets (tecidos grosseiros); e as camisolas são tricotadas à mão em tons de cinzento.
 

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