Vendas da Hublot e Bulgari (LVMH) superam níveis pré-pandemia

Em 2021, as vendas das marcas de relógios de luxo da LVMH, Hublot e Bulgari, superaram os níveis de 2019, e é esperado um crescimento ainda maior este ano devido à forte procura dos EUA, disseram executivos da empresa à Reuters antes da LVMH Watch Week, que começou na segunda-feira (24 de janeiro).

A Hublot e Bulgari, juntamente com a Zenith e TAG Heuer, estão a realizar a LVMH Watch Week online, com apresentações digitais das suas últimas coleções. A Hublot apresentou uma versão extrafina do seu relógio Big Bang, enquanto a marca italiana Bulgari apresentou os seus Serpenti Misteriosi, relógios escondidos em pulseiras e anéis semelhantes a cobras. 

Os relógios Serpenti, que podem custar até 240.000 euros para os modelos mais caros, são movidos por um novo movimento Piccolissimo mecânico em miniatura.

As vendas de relógios de luxo suíços caíram acentuadamente em 2020, quando a pandemia fechou lojas e restringiu o turismo. Mas recuperaram no ano passado, com as exportações de relógios suíços ligeiramente acima dos níveis de 2019 no final de novembro, graças à forte procura nos Estados Unidos e China.

As exportações de relógios da Suíça para o ano inteiro vencem em 27 de janeiro, no mesmo dia em que o grupo de artigos de luxo LVMH divulgará os resultados do ano inteiro.

"O ano de 2021 foi bom, saímo-nos melhor do que em 2019", disse o presidente-executivo da Hublot, Ricardo Guadalupe, em entrevista na segunda-feira, destacando o crescimento de 30% nas vendas nos Estados Unidos e "excelentes números" na China continental. "Obviamente, não veremos a mesma forte recuperação entre 2021 e 2022, mas acreditamos que teremos um crescimento sólido".

O executivo também disse que os compradores turísticos ainda estavam ausentes e que os problemas da cadeia de abastecimento, principalmente devido a trabalhadores doentes com a variante Ómicron, causaram atrasos na produção que devem ser resolvidos até ao verão no hemisfério norte.

O presidente-executivo da Bulgari, Jean-Christophe Babin, disse à Reuters que a marca também se saiu melhor no ano passado do que no ano pré-pandemia de 2019, graças aos ganhos de participação de mercado.

"Queremos continuar com essa tendência positiva em 2022", disse, acrescentando que novos modelos de ouro amarelo devem ajudar a atrair consumidores americanos que são fãs desse tipo de ouro, enquanto os asiáticos tendem a preferir o ouro rosa. "Os Estados Unidos tornaram-se o nosso segundo maior mercado no ano passado e têm uma das melhores taxas de crescimento atualmente", disse Babin.

A Kering, o outro grande grupo francês de artigos de luxo que concorre com a LVMH, disse na segunda-feira que está a desinvestir nas suas marcas suíças de relógios, Girard-Perregaux e Ulysse Nardin.