Reuters
Novello Dariella
7 de ago. de 2019
Victoria's Secret contrata brasileira como a sua primeira modelo transgénero
Reuters
Novello Dariella
7 de ago. de 2019
A brasileira Valentina Sampaio é a primeira modelo transgénero da Victoria's Secret, numa tentativa da marca de lingerie, que atualmente enfrenta dificuldades, para modernizar a sua imagem. Daniel Robson, da Premier Model Management, em Londres, confirmou que a modelo brasileira assinou um contrato com a Victoria’s Secret, mas recusou-se a dar mais detalhes.
Valentina Sampaio postou uma fotografia sua de uma sessão fotográfica no seu Instagram com um roupão branco com as hashtags #diversity e #new #vspink #campaign, referindo-se a Pink, a marca lançada pela Victoria's Secret em 2002, direcionada para mulheres mais jovens.
A Victoria's Secret, famosa pelos sutiãs incrustados de joias e as deslumbrantes asas de "anjo" usadas pelas modelos no seu desfile anual, está a enfrentar uma queda nas vendas à medida que mais mulheres optam por sutiãs mais baratos e tops desportivos.
A empresa de lingerie também está a repensar o seu desfile anual, que tem sofrido queda nas audiências, após receber críticas dizendo que o mesmo é machista e insensível. A Victoria’s Secret e a L Brands, empresa proprietária da marca, não responderam aos pedidos de comentários sobre a contratação de Valentina Sampaio.
A decisão de contratar uma modelo transgénero é uma reação contra os comentários feitos pelo diretor de marketing da empresa-mãe L Brands, Ed Razek, à revista Vogue no ano passado, que disse que não usaria modelos trans ou plus size nos desfiles "porque o desfile é uma fantasia". Ed Razek anunciou a sua reforma esta semana num e-mail sem data para a equipa, ao qual a Fundação Thomson Reuters teve acesso.
"Há poucos com a paixão e o talento de Ed neste setor", disse o CEO da L Brands, Les Wexner, em nota. "Mas, tenho fé nas nossas incríveis equipas, talentos e produto, e estou empolgado com o futuro, à medida que crescemos e mudamos."
Valentina Sampaio já protagonizou capas de revistas como Vogue Paris, Vogue Brasil e Elle México, e faz parte de um número crescente de modelos trans de alto perfil, numa altura de pressão para que a indústria da moda se torne mais diversificada e inclusiva.
No ano passado, Ed Razek desculpou-se no Twitter pelo seu comentário "insensível" sobre as modelos trans, dizendo: "Nós tivemos modelos transgénero nos castings ... E como muitas outras, não conseguiram passar nas seleções”. "Admiro e respeito a jornada delas para abraçar quem realmente são", disse num comunicado no Instagram da Victoria’s Secret.
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