Vionnet pede falência
Vionnet, a lendária casa de moda francesa administrada pela designer Goga Ashkenazi, que é também proprietária da marca, pediu falência. Na terça-feira (16), a marca anunciou num comunicado que tanto a Vionnet como a sua holding NVO Srl vão encerrae as suas atividades.

“Com a experiência e a sabedoria adquiridas no ambiente turbulento da transformada indústria da moda de hoje, a Vionnet decidiu redefinir as suas atividades, considerando o legado atemporal e a visão empreendedora e coragem de Madeleine Vionnet, para se envolver de forma inovadora de acordo com as estratégias de desenvolvimento sustentável. Vemos isso como o único caminho a ser seguido por nós e para a humanidade como um todo”, disse Goga Ashkenazi, presidente e diretora criativa da Vionnet, em comunicado.
Fundada em Paris em 1912 pela visionária Madeleine Vionnet, a marca foi adquirida por Ashkenazi de Matteo Marzotto e Gianni Castiglioni, o ex-CEO da Marni, em 2012. Inicialmente, Ashkenazi trabalhou com as diretoras criativas, as irmãs Barbara e Lucia Croce, antes de assumir o design e transferir a empresa de Paris para Milão.
Madeleine Vionnet é considerada uma designer de moda revolucionária que libertou as mulheres de espartilhos e inventou o corte em viés, inspirado na arte grega de drapear. No entanto, Goga, assim como Ashkenazi, recebeu críticas mistas, quando a marca mudou de moda desportiva italiana para uma moda mais grandiosa, que podia ser vista na loja parisiense da rue François 1er. Como resultado, não surpreende que o anúncio de hoje tenha revelado que “a marca procura investidores que permitam que a marca seja reposicionada no mercado”.
Mais recentemente, a Vionnet assinou um contrato com o artista Marc Quinn para desenvolver uma coleção "cápsula" ecológica batizada "Sustainable Surf". No mês passado, durante a Semana da Moda de Milão, em vez de um desfile luxuoso num grande palácio milanês - como sempre realizou - a Vionnet fez uma pequena apresentação no jardim da casa de Goga.
Em comunicado, a empreendedora nascida no Cazaquistão afirmou que "a decisão acontece devido ao compromisso da marca com a sustentabilidade".
De facto, para a maioria dos observadores, a única coisa que não poderia ser sustentada seria uma marca incapaz de reviver os seus dias de glória devido a uma visão confusa do seu próprio ADN.
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