Helena OSORIO
29 de nov. de 2022
Wasted Time: roupa feita à mão e serigrafia de edições limitadas unem-se num novo conceito em Lisboa
Helena OSORIO
29 de nov. de 2022
Logo à partida Wasted Time (ou Tempo Perdido) começa por ser um bom cartão de visita. A loja atelier denominada Wasted Time do suíço Basile Jeandin, que vive atualmente entre Genebra e Lisboa, comercializa um sem fim de artigos feitos à mão de edições limitadas, que vão desde roupa e têxteis a serigrafia, desenhos e até aguardente. Fica no número 6A da rua de Santo António da Glória, onde Jeandin vende tudo o que cria, se bem que só possa ser visitada por marcação.
Basile Jeandin é "fundador do BJ | Fine Graphic Design, um estúdio especializado em branding. Entusiasta das formas de arte do passado, acreditando em processos artesanais e no artesanato para melhor complementar o design contemporâneo", apresenta-se no site o artista e o seu trabalho.
"A sua prática centra-se na tipografia, pintura e ilustração", acrescenta, reforçando que "é também um parceiro e designer", como todos em um, trabalhando com "um coletivo de criativos independentes que oferece soluções de comunicação visual feitas à medida", explica ainda melhor em Basilejeandin.com.
Basile Jeandin chegou a Lisboa, em 2017, tendo começado por trabalhar em diferentes áreas e acabando por estudar Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL), destacando a identidade visual e a serigrafia como expoentes máximos, que estão igualmente na base do ADN da loja que o criativo suíço acabou de abrir.
Jeandin confessa que procurava há algum tempo, na capital portuguesa, um espaço de trabalho maior, onde coubesse uma mesa adequada à produção de serigrafia, que é o meio ao qual recorre para tudo o que é impresso em têxteis ou em papéis. Outra técnica utilizada é o carimbo, tanto para a primeira edição de garrafas de aguardente velha de alho preto do Ribatejo como para as T-shirts que as acompanham.
O espaço foi todo construído de raiz, em madeira, com a ajuda de um arquiteto amigo. Só as janelas foram alteradas. Também a fachada da loja foi pensada na íntegra pelo criativo suíço que desenhou e pintou as letras, aplicando-as em folha de ouro sobre os vidros. Destaca-se ainda a mesa ampla inspirada no design do italiano Enzo Mars.
Como se pode ler na página de Instagram da loja: "No nosso caso, não reinventando a roda, queríamos um visual intemporal e autêntico, que comunicasse as mensagens essenciais do projeto enquanto exagerasse um pouco, fazendo com que se sinta pleno e brilhante", reforça por sua vez em @in.materia.veritas.
"Estas letras foram pintadas à mão usando técnicas e materiais tradicionais como tinta a óleo e folhas de metal. Ainda se manterão dentro de cem anos se os seres humanos quiserem também", lembra.
No caso da roupa, para além dos modelos de merchandising, Basile Jeandin cria peças de edição limitada, como T-shirts ou casacos e bonés inspirados nas fardas de operários dos anos 1970, tendo já na mira o lançamento de uma primeira coleção.
Entretanto, estão a acontecer as primeiras residências com outros artistas e criativos convidados, com os quais Jeandin colabora e cria objetos em conjunto.
Como referido anteriormente, acabou de ser lançada uma primeira edição "composta por 13 garrafas de aguardente velha de alho preto do Ribatejo" onde tudo "foi imaginado e feito em colaboração com a boa aguardente velha de @bbbtaste", sendo o resultado "uma aguardente forte mas doce como a 'eau de vie' que aquece invernos sombrios", anuncia num post do Instagram, acrescentando que "vem numa caixa de madeira e duas chávenas feitas à mão pela @da_forma. Diz a lenda que está livre de ressaca", conclui.
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