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Portugal Textil
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17 de jul. de 2018
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WestMister com os pés lá fora

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Portugal Textil
Publicado em
17 de jul. de 2018

A marca portuguesa de meias que já anda nos pés do Primeiro-Ministro canadiano Justin Trudeau está a dar passos decisivos nos mercados externos, com a presença na Mrket, em Nova Iorque, e na Momad Metrópolis, em Madrid. O futuro passará ainda por uma mini coleção de senhora, que chegará na próxima estação.


Criada em 2016 por Luís Campos e Vanessa Marques, a WestMister – nome que surgiu num “piscar de olho” à identidade britânica mas com referência à ocidentalidade de Portugal e à vocação para o masculino – nasceu, desde logo, com a vontade de ser diferente, não só do que se fazia em Portugal mas também do que as congéneres estrangeiras apresentavam.

Do design – com modelos com bicicletas ou malaguetas a acompanhar as tradicionais riscas e lisas – à qualidade matéria-prima, dividida entre o algodão mercerizado e a lã merino australiana, até à embalagem, a diferenciação atravessa toda a marca. «Tudo é diferenciador», frisou o fundador, que mais recentemente assumiu também o leme criativo. «Vou-me apercebendo do que o mercado está a exigir, vou viajando, vendo outras marcas, vão surgindo ideias. Depois vou para a produção e, juntamente com o técnico, vamos desenvolvendo os modelos, porque nem sempre é fácil colocar na prática o que está no desenho», afirmou. A cada coleção são criados entre 20 a 40 novos modelos, que são adquiridos por um consumidor entre os 20 e os 60 anos.

A produção, que «está a duplicar e até a triplicar as quantidades iniciais», ronda neste momento os 15 mil pares e é toda feita em Portugal, grande parte mesmo em Vila Nova de Famalicão, onde a WestMister tem sede. «Além da produção das meias, as embalagens e o packaging é feito cá no concelho. Só mesmo alguns modelos de meias é que são feitos fora», referiu.

O mercado nacional, onde conta atualmente com cerca de 60 pontos de venda, serviu de tubo de ensaio, apesar dos voos internacionais terem sempre estado na mente dos fundadores. «Começámos pelo mercado nacional para ver a aceitação. Em todas as lojas que visitamos, do segmento médio-alto, a aceitação foi muito positiva, adoraram o produto, ainda para mais 100% português, o que foi uma mais-valia», explicou Luís Campos. «Em 2018 começámos a trabalhar a parte internacional, uma vez que em Portugal já estamos muito bem colocados e agora o futuro é internacional», garantiu.

Em maio, a marca recebeu um apoio de peso, ao ser selecionada para representar o know-how nacional no Canadá, onde o Primeiro-Ministro António Costa ofereceu ao seu homólogo, Justin Trudeau, meias WestMister. «Foram eles que me contactaram. Numa primeira fase até achei que era uma brincadeira. Entretanto a assessora do António Costa enviou-me um email e a partir daí desenvolvemos o contacto. Fui a Lisboa reunir-me com eles, eles acharam o produto interessantíssimo e tudo se desenvolveu normalmente», contou ao Portugal Têxtil Luís Campos. «Foi excecional. O feedback tem sido muito positivo», acrescentou.

Também lá fora, a marca está já à venda em aproximadamente 15 lojas, espalhadas pela Europa, EUA e Canadá, mas o objetivo é crescer. Em junho passado, a WestMister teve a sua primeira presença internacional no Festival Internacional de Negócios de Liverpool, integrada na apresentação da marca Famalicão Cidade Têxtil, do município nortenho. Uma experiência que, segundo Luís Campos, «correu bastante bem, com alguns contactos aos quais estamos a dar continuidade para ver se entretanto surgem encomendas e novos clientes».

Já mais para o final do mês, de 22 a 24 de julho, a marca estará na feira internacional Mrket, em Nova Iorque, com o apoio do projeto 100% ModaPortugal, promovido pelo CENIT. «As expectativas têm que ser muito positivas. Vai ser a nossa primeira feira fora da Europa e o mercado americano pode aceitar muito bem este produto. Claro que a concorrência é forte nesses mercados, mas acho que pode correr muito bem», acredita o fundador. Em setembro será Madrid o destino, para a participação na Momad Metrópolis, igualmente com o apoio do 100% ModaPortugal.

A marca, que foi elogiada pela «inovação enorme ao nível da diversidade e da estética» pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, durante a visita que decorreu esta manhã no âmbito do Roteiro pela Inovação, tem ainda vendas online, que representam 10% a 20% dos 60 mil euros de volume de negócios em 2017, e prepara-se para lançar uma mini coleção para senhora. «A partir da próxima coleção vamos ter uma mini coleção de senhora, dentro do nosso registo e da nossa identidade, mas com outro nome associado à WestMister» que será revelado no próximo mês, anunciou Luís Campos.

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