Wolford ainda opera no vermelho, mas prevê lucro após ano de estabilização
Os resultados anuais publicados pela Wolford mostraram uma melhoria, embora a empresa especializada em meias premium ainda enfrente dificuldades. A empresa reduziu “ligeiramente” o seu prejuízo no ano fiscal encerrado no final de abril, apesar do aumento nos investimentos e da queda na receita.
Além disso, a empresa informou que criou uma “base para o crescimento futuro”, e isso inclui novas linhas de produtos, como uma gama athleisure, que deve estrear nos próximos meses. A Wolford também está de olho no mercado chinês e a beneficiar da renovação da sua imagem.
A empresa, que está listada na Bolsa de Valores de Viena, informou que a sua receita caiu 8%, para 137,22 milhões de euros, e que sentiu os mesmos problemas vistos por muitos retalhistas, que “sofreram com a desaceleração do crescimento no mercado da moda da Europa Ocidental”. Mas, apesar disso, a Wolford disse que "graças ao impacto sustentável do seu programa de reestruturação", "compensou totalmente a queda de 11,85 milhões de euros na sua receita".
O prejuízo operacional (EBIT) apresentou uma leve melhoria, diminuindo de 9,22 milhões de euros, no ano anterior, para 8,98 milhões de euros, e o prejuízo líquido também diminuiu para 11,1 milhões de euros, contra 11,53 milhões de euros. O sucesso do seu programa de reestruturação "refletiu-se acima de tudo nas despesas de pessoal da empresa", que caíram quase 15 milhões de euros para pouco mais de 60 milhões de euros.
A empresa disse que o seu balanço está numa posição muito melhor do que há um ano, graças a um aumento de capital e que se está a direcionar para um "crescimento lucrativo". O ano fiscal recém-encerrado foi visto como "uma oportunidade para estabelecer bases importantes para estabilizar as receitas”.
O trabalho criativo da empresa foi fundamental. Desde agosto de 2018, a empresa implementou um novo conceito nas montras das suas lojas na Europa e introduziu um esquema de imagens visuais completamente novo, visando consumidores mais jovens. O novo conceito de loja foi apresentado em Amesterdão e Paris no início deste ano e deve ser lançado noutros locais no futuro próximo, começando com três lojas na Ásia.
A Wolford também informou que está "a criar um novo impulso com a sua coleção". Em setembro, será lançada no mercado a ATH_W, a sua primeira coleção de athleisure, peças com inspiração desportiva que "já tiveram uma receção positiva de audiências especializadas”. A empresa também otimizou a sua organização comercial “para permitir que as atividades de vendas sejam geridas por uma equipa ampliada com sede em Milão”.
Quanto à expansão na China, a empresa está otimista e, no ano passado, fechou um novo contrato com a FFBM (Fosun Fashion Brand Management) para liderar o seu crescimento na região e com os consumidores chineses, que serão responsáveis por quase metade do consumo global de artigos de luxo dentro de alguns anos.
A médio prazo, a participação da receita gerada pela Wolford na China deve ser comparável à dos mercados centrais dos Estados Unidos e Alemanha, que atualmente respondem por 20% e 15% das receitas, respetivamente. Apesar destes investimentos, a empresa espera gerar lucro operacional positivo novamente apenas no ano fiscal de 2020/21.
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