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Estela Ataíde
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17 de abr. de 2023
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Zara lança a sua primeira coleção fabricada a partir de resíduos têxteis multifibras reciclados

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
17 de abr. de 2023

A cadeia estrela da Inditex continua a dar passos na sua estratégia de sustentabilidade. Esta segunda-feira, 17 de abril, a marca anuncia o lançamento da sua primeira coleção criada a partir da reciclagem de tecidos que misturam poliéster e algodão. Este projeto, pioneiro na resposta ao desafio da circularidade, foi desenvolvido em colaboração com a empresa Circ, especializada em reciclagem têxtil,  e surge na forma de uma coleção cápsula para mulher, disponível a partir desta semana em 11 mercados internacionais.


A coleção já está disponível em 11 mercados - Zara


A inovadora iniciativa visa dar resposta a um dos maiores desafios da indústria da moda em termos de sustentabilidade: a separação das fibras de poliéster e algodão para facilitar a reciclagem das peças de vestuário e propor uma alternativa ao fim do seu ciclo de vida. Neste caso, a Zara e a Circ têm como objetivo “desenvolver novas matérias-primas recicladas para o fabrico de novas peças”.
 
Utilizando a tecnologia da Circ, a Zara desenvolveu uma coleção cápsula composta por peças em mistura de liocel contendo 50% de fibras de resíduos de polialgodão e roupas de poliéster contendo 43% de fibras recicladas. O resultado da cápsula, criada sob a direção criativa da equipa de design da Zara Woman, são peças fluidas e leves em tons bordeaux. Conforme indica a marca, estas foram “concebidas para serem novamente recicladas no final do seu ciclo de vida”.

“Esta coleção é o melhor exemplo de que inovação, pesquisa e novas fibras e colaboração com especialistas são dois pilares fundamentais para continuar a avançar na circularidade dentro da indústria têxtil”, afirmou o diretor de sustentabilidade da Inditex, Javier Losada, através de um comunicado da empresa. E acrescentou: “Na Zara e na Inditex, como agentes de mudança, queremos liderar a transformação do nosso setor criando propostas de moda baseadas na circularidade.”
 
Por seu lado, o CEO da Circ, Peter Majeranowski, festejou o facto de ser "a primeira vez que peças de vestuário elaboradas com poliéster e liocel procedentes de desperdícios de polialgodão estão nas mãos dos consumidores", acrescentando que estão “a ser dados passos importantes para tentar converter a circularidade no novo padrão na indústria têxtil”. Para o executivo da tecnológica norte-americana especializada na transformação de resíduos têxteis, a aliança com a Zara “pode significar uma mudança verdadeiramente transcendental na visão que os consumidores têm da sustentabilidade da indústria da moda”.

O CEO da empresa com sede em Danville, Virginia, concluiu: “Na Circ e na Zara, estamos comprometidos com um novo futuro, no qual todas as peças que fazem parte dos nossos guarda-roupas provenham de materiais reciclados e sejam, por sua vez, recicláveis.”
 

A tecnológica Circ já conseguiu 55 milhões de dólares em  investimento


 
A aliança remonta à decisão do grupo Inditex de entrar no capital da Circ no ano passado. Um movimento estratégico através do qual o grupo galego pretende “acelerar a escala industrial de soluções direcionadas, avançar na circularidade do setor têxtil”. Esta foi a primeira atuação da empresa no âmbito do seu Sustainability Innovation Hub (SIH), com o qual pretende identificar soluções inovadoras desenvolvidas por empresas e start-ups para “trabalhar com elas e adaptá-las às necessidades da moda e facilitar a sua escalabilidade".
 
Em julho passado, a Circ anunciou uma ronda de financiamento de 30 milhões de dólares liderada pela Breakthrough Energy Ventures (BEV), fundada por Bill Gates, e investimentos de novos parceiros como a Inditex ou a fabricante têxtil americana Milliken & Company. Há apenas um mês, a start-up conseguiu um novo investimento de 25 milhões de dólares, apoiado pela Zalando, pela fabricante de materiais científicos e marcas digitais Avery Dennison ou pela especialista em roupa desportiva Youngone.
 
Por seu lado, a Inditex está empenhada em alcançar a neutralidade climática até 2040. Através do SIH, a empresa presidida por Marta Ortega já colaborou com mais de 200 start-ups e participou em mais de 30 testes piloto.

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