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4 de out. de 2013
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Alemanha: será o consumo o eterno ponto fraco da economia?

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4 de out. de 2013

No penúltimo capítulo do Giro pelas economias Europeias, FashionMag chega agora à Alemanha. No último dia 22 de setembro, do outro lado do Reno, os alemães foram às urnas e elegeram sua chanceler, Angela Merkel, que, com isso, inicia seu terceiro mandato. Ela se beneficiou da saúde econômica do país de Goethe, cujos indicadores apresentados podem causar ciúmes em muitos vizinhos europeus. Como, por exemplo, uma taxa de desemprego oficialmente em torno de 5%.

O City allee de Magdebourg. (ECE Projektmanagement)


Mas a quarta maior economia mundial conseguiu esta façanha graças, entre outras coisas, a suas exportações. Pois, quanto ao mercado interno, os habitantes não consomem mais com euforia. "As eleições influenciaram em um pequeno grau o consumo. Se a esquerda, juntamente com a extrema esquerda, tivesse ganhado, poderíamos esperar altas significativas nos salários", comenta um observador.

Assim, de acordo com a BTE, Federação Alemã dos Retalhistas de Têxteis, a facturação do setor moda caiu 2%, no primeiro semestre, em relação ao mesmo período do ano anterior.

A federação do comércio retalhista, durante sua análise de conjuntura de 16 de setembro, lembrou (com todos os produtos combinados) que esperava uma alta do comércio de apenas um ponto percentual, em nominal, para o ano de 2013.

Segundo seu levantamento, 53% dos retalhistas de têxteis registaram queda na facturação no primeiro semestre. Apenas 16% afirmaram ter verificado aumento. "Agosto e setembro foram bons meses... mas, no acumulado para 2013, as vendas de vestuário devem ficar estáveis em relação ao ano anterior, e quem sabe, até mesmo, elas podem apresentar baixa de 1%", comenta-se na BTE.

De acordo com o TW Club, painel do Textilwirtschaft, agosto apresentou alta de 1%... mas nada que possa recuperar os -10% do último mês de março! E o que mais aborrece são as quedas de -5% e de -9% registadas, em agosto, pelos retalhistas de moda feminina e pelos especialistas de moda jovem respetivamente.

"A situação não está tão complicada quanto em França, mas o primeiro semestre em Alemanha não foi bom. Os retalhistas esperavam avanços de 3 a 4% em suas vendas, mas o clima atrapalhou a estação primavera-verão 2013. Para o acumulado do ano, esperam-se vendas estáveis, mas tudo vai depender do segundo semestre. A tendência, por conta disso, há muitos anos, é de queda nos pré-pedidos, o que fará com que os retalhistas e as marcas dividam os riscos. Esta lógica também permite um pouco mais de flexibilidade", resume Arndt Brockmann, director da Espirit para a Alemanha e antigo dirigente da Inditex na terra de Angela Merkel.

Pois, para ele, em um mercado global que não avança mais, as fortes altas do e-commerce penalizam, primeiro, as grandes redes de lojas e o comércio a retalho.

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