Publicado em
22 de out. de 2014
Tempo de leitura
4 Minutos
Download
Fazer download do artigo
Imprimir
Text size

Bally relança-se em grande estilo

Publicado em
22 de out. de 2014

“A Bally é uma start-up com 163 anos de história”, resume Frédéric de Narp, que chegou à direção “dessa bela adormecida” em novembro de 2013 com a missão de “acertar a imagem” da histórica marca suíça de calçados, adquirida em 2008 pelo grupo alemão Labelux, rebatizado em julho passado de JAB Luxury, divisão da JAB (Joh. A. Benckiser) Holdings, que detém também a Jimmy Choo, Belstaff e Zagliani.

Em alguns meses, este antigo dirigente na Cartier, artesão do relançamento da joalharia americana Harry Winston, colocou em pé uma equipa de choque, cercando-se “dos melhores”.

A primeira “maison Bally” é inaugurada este 22 de outubro em Londres.


A começar pelo diretor criativo Pablo Coppola, que acaba de apresentar em setembro em Milão a sua segunda coleção. O estilista, que trabalhou notadamente para Dior, Tom Ford e Céline, está encarregado de reinterpretar a herança da casa de moda, trazendo um novo fôlego aos produtos. Ele apoia-se em especial numa equipa interna de 14 designers.

Brice Baudoin, ex-dirigente da Prada e Richemont, assumiu a presidência da Bally na região Ásia-Pacífico, Anne-Marie Gaultier, ex do grupo Galeries-Lafayette, foi contratada para dirigir o marketing e a publicidade, ao passo que Fabien Baron assinou a primeira campanha publicitária e, no passado dia 6 de outubro, Giovanni Torchiani, ex-diretor industrial da Rossimoda, que passou anteriormente pela Sergio Rossi, assumiu as suas funções de diretor da produção como “vice president manufacturing”.

“Faltou um pouco de clareza nesses últimos anos, mas hoje os acionistas da JAB Luxury estão decididos a investir com força na marca e sobretudo em longo prazo. Temos todas as oportunidades do nosso lado, pois o nosso produto corresponde à demanda dos países emergentes com um cliente cada vez mais sofisticado e educado”, prossegue o dirigente, que sonha conduzir a marca à barreira de 1000 milhões de dólares (800 milhões de euros) em volume de negócios, ante cerca de 300 milhões de euros hoje. Os calçados representam 45% das vendas totais, assim como os acessórios, ao passo que o pronto-a-vestir representa somente 10%.

Frédéric de Narp, o CEO da Bally


“Nós desejamos voltar a focar-nos no cerne do nosso negócios, o vestuário não é senão a expressão da imagem da marca. Queremos também aumentar as vendas dos calçados para senhora, que representa apenas 30% das vendas totais, ao passo que originalmente a Bally era uma marca 80% feminina. O homem ganhou peso nos últimos tempos, ascendendo a 70%. Gostaríamos de chegar em 50-50”, aponta Frédéric de Narp.

Depois de alguns anos de tateamento, a grife de marroquinaria de luxo encontra-se agora nos trilhos para relançar-se. A sua sede foi transferida no ano passado para Londres, no mesmo edifício que hospeda a Jimmy Choo e a Belstaff, com cada uma das empresas tendo a sua autonomia. Há seis meses, ela abriu também um novo showroom em Milão, na Via Cadore, uma vez que Milão continua a ser a plataforma mundial do calçado. É em Itália também que a marca realiza a maior parte da sua produção, ao passo que em Suíça, na cidade de Caslano, perto de Lugano, ela dispõe de uma fábrica virada aos calçados sociais para homens.

A marca de calçados Bally relança-se em 360 graus.


Depois de ter reorganizado o estilo, a Bally ataca agora a distribuição. A marca é na atualidade distribuída em 400 clientes multimarcas e 300 lojas monomarcas, das quais 100 situadas em aeroportos.

A China, onde ela conta com 60 pontos de venda, é o seu principal mercado. “Queremos reconduzir ao seu antigo esplendor a marca na Europa e nos Estados Unidos, que são as nossas prioridades. Desejamos também consolidar a China, entrar no Japão, assim como nos países emergentes como México”, declara o administrador.

Este 22 de outubro, a grife suíça abre a sua principal loja em Londres com uma superfície de 400 m², num hotel particular de três andares no número 45/46 da New Bond Street. O projeto é assinado pelo arquiteto David Chipperfield. A ideia é abrir cerca de doze dessas ‘maisons’ Bally nas principais metrópoles. Este mês de outubro ainda, a Bally vai reabrir a loja renovada de Rodeo Drive em Los Angeles, assim como uma nova loja no bairro de Ginza em Tóquio.

Um visual assinado por Pablo Coppola para Bally.


Também este 22 de outubro foi apresentada a nova plataforma digital renovada da Bally, já que o objetivo é dirigir-se ao omnicanal.

“A riqueza da marca é a herança. Nós temos nos nossos arquivos em Schönenwerd, onde foi fundada a marca em 1851, aproximadamente 35.000 pares de sapatos. A Bally foi pioneira em muitas áreas. Em 1870, ela foi implantada em Montevidéu. Há 60 anos, ele contava com um curtume no Rio de Janeiro. Em 1889, ela produzia 2 milhões de calçados por ano! Ela foi também a primeira marca de luxo ocidental a penetrar na China em 1986. É com este espírito que queremos renovar, apoiando-nos em particular na notoriedade inigualável da Bally”, conclui Frédéric de Narp.

Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Copyright © 2024 FashionNetwork.com. Todos os direitos reservados.