Dior Homme: Kim Jones substitui Kris Van Assche
Continuam as movimentações no seio da LVMH. Depois de deixar a direção do prêt-à-porter masculino da Louis Vuitton, Kim Jones assume a direção artística da Dior Homme. Jones substitui Kris Van Assche, que abandona a casa após 11 anos neste cargo. O designer belga nascido na Flandres continuará, no entanto, a "exercer a sua criatividade no grupo LVMH", anuncia a empresa, afirmando que "as suas novas responsabilidades serão anunciadas em breve".

Acreditava-se que estivesse a caminho da Versace, depois da Burberry, mas foi na Dior que Kim Jones acabou por desembarcar. O designer assinará o seu primeiro desfile para a marca em junho próximo, durante a semana da moda masculina em Paris.
Ao integrar a prestigiada maison de couture, o designer inglês (38 anos) ganha notoriedade dentro do grupo LVMH depois de sete anos à frente da moda masculina da Louis Vuitton, durante os quais conseguiu incutir uma brisa de frescura, apresentando, nomeadamente, pela primeira vez, um espírito streetwear aliado ao luxo.
O designer conseguiu não só desempoeirar a linha masculina da Louis Vuitton, como também transformá-la numa linha de culto entre as celebridades. Exemplo disso foi o sucesso global da sua colaboração com a marca nova-iorquina Supreme no ano passado.
O estilista cosmopolita e apaixonado por arte nasceu em Londres em 1979. Em 2002, formou-se na Central Saint Martins College of Art and Design, em Londres, com um mestrado em moda masculina. A sua coleção de final de curso, da qual John Galliano adquiriu uma parte, foi aclamada pela imprensa e pelo mundo da moda. E, em 2003, Kim Jones vê-se admitido na London Fashion Week, onde apresenta a sua marca de moda masculina, muito street e sport.
Ao gerir a sua marca, que suspende alguns anos mais tarde, o designer hiperativo multiplica colaborações (nomeadamente com Umbro, Hugo Boss, Topman e Iceberg). Várias vezes vencedor dos British Fashion Awards, Jones, que trabalhou também com a Alexander McQueen, foi contratado em 2008 pela marca britânica de alfaiataria Dunhill, onde se tornou diretor artístico até ser convocado, em 2011, pela Louis Vuitton.
Habituado a viajar desde tenra idade, acompanhando a sua família para o Equador, África (Etiópia, Quénia, Tanzânia e Botswana) e Caraíbas, este criador nómada e curioso sobre tudo irá certamente escrever um novo e emocionante capítulo na Dior Homme, revisitando os códigos da casa francesa com um certo espírito cool britânico combinado com uma pitada de exotismo.

Trata-se de um percurso completamente diferente do percorrido por Kris Van Assche (41 anos). Oriundo de Londerzeel, pequena cidade flamenga da Bélgica, onde cresceu, formado em 1998 na Royal Academy of Fine Arts de Antuérpia, o estilista mudou-se para Paris para fazer um estágio na Yves Saint Laurent. Foi lá que conhece Hedi Slimane, na época à frente das coleções masculinas da marca, que seguirá para a Dior Homme em 2000.
Em 2004, o designer sai da casa para criar a sua própria marca, mas volta à Dior na primavera de 2007 para assumir a direção da criação masculina após a partida de Hedi Slimane. O estilista belga acabará por colocar a sua marca em stand-by em 2015 para se concentrar na linha masculina da Dior.
Conhecido pelo seu estilo urbano e minimalista, conjugando modernidade e tradição, numa década Kris Van Assche transformou a linha masculina da Dior, exaltando com brio as suas duas facetas - tailoring e moda – ao mesmo tempo que enriquece o seu guarda-roupa com sportswear e acessórios. Van Assche permitiu que a divisão masculina da casa ganhasse dimensão fazendo crescer o seu negócio, que passou de 100 para 350 milhões de euros em vendas em 11 anos.
“Saúdo Kris Van Assche, que contribuiu para o tremendo crescimento da Dior Homme, criando uma silhueta masculina contemporânea e elegante. Ele escreveu um capítulo importante na história da Dior Homme e desempenhou um papel vital no seu desenvolvimento ", afirmou num comunicado o novo CEO da Christian Dior Couture, Pietro Beccari.
Há apenas um mês, foi também anunciada a partida de Serge Brunschwig, que liderava a Dior Homme desde 2015 e foi nomeado CEO da Fendi, sucedendo a Pietro Beccari, que por sua vez partiu para a Christian Dior.
Após ter assumido as rédeas da casa de moda no início do ano, o executivo italiano não parece ter perdido tempo, podendo ter outras surpresas reservadas. Multiplicam-se nomeadamente os rumores e indiscrições em torno de uma possível partida de Maria Grazia Chiuri, diretora artística da linha feminina da Christian Dior desde julho de 2016.
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