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Estela Ataíde
Publicado em
22 de jan. de 2018
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Dior: surrealismo com um toque feminista

Traduzido por
Estela Ataíde
Publicado em
22 de jan. de 2018

Desde que se tornou diretora artística da Christian Dior, Maria Grazia Chiuri montou uma campanha de moda feminista. Nesta temporada, Chiuri deu um toque feminista à alta costura.


Christian Dior Haute Couture primavera-verão 2018 - Dior


Tudo no evento, do cenário à maquilhagem, passando pela coleção, foi uma homenagem a Leonor Fini, uma surrealista argentina que alcançou a fama nos anos 30 e viveu entre Roma e Paris, onde apresentou a sua primeira exposição na galeria do próprio Monsieur Christian Dior.
 
Era impossível não adorar as deliciosas combinações de coletes masculinos e saias de tule, túnicas de guipure verdadeiramente bonitas e vestidos de noite em renda cinzenta formados por olhos negros.

Após apenas dois anos na instituição parisiense que é a Dior, Chiuri, nascida em Roma, também sabe bem como dirigir o seu atelier: os seus vestidos de noite bordados com cabeças de javali eram verdadeiramente dramáticos. E um vestido de tule em coluna com acabamentos em lantejoulas prateadas, feito como uma réplica exata do tronco de uma mulher, teria conquistado uma ovação por parte do artista visual Man Ray.
 
E para as mulheres profissionais, havia excelente alfaiataria em abundância – bar jackets feitos como smokings masculinos. Para circunstâncias mais arrojadas, uma meia dúzia de looks semitransparentes, composições de tecido artisticamente montadas.  
 
Adicionando ao fascínio, a maioria das modelos usava máscaras dramáticas, em tule preto ou dourado metalizado; os brincos eram, muitas vezes, olhos atentos. À volta do pescoço, tatuagens falsas onde se podiam ler diversas frases artísticas.
 
“Leonor Fini foi a encarnação da então revolucionária ideia de que uma pessoa deve sempre permanecer independente e reinventar-se como uma representação de todas as realidades possíveis”, escreveu Chiuri no programa – expressando assim o seu próprio conceito da coleção.
 
Reinvenção foi o leitmotiv da sua primeira fila, repleta de supermodelos e grandes atrizes: as estrelas da passarela Erin O’Connor, Natalia Vodianova, Arizona Muse; as deusas dos ecrãs Gemma Arterton, Emily Blunt e Clotilde Courau. Comprovando o poderoso poder de atração da Dior.
 
“Maravilhoso!” disse entusiasmado Bernard Arnault, presidente do grupo LVMH, proprietário da Dior, após levar a multidão para o backstage desta fantasia retro surrealista.

Das gigantes orelhas, braços, narizes e membros feitos em gesso que pendiam do teto do espaço, construído no jardim do Museu Rodin, aos cortinados em ecru falso, havia a sensação de termos sido transportados de volta para a década de 1930. O que foi uma das fraquezas desta coleção. As roupas eram todas bastante formidáveis, frequentemente muito bonitas, mas havia a sensação de uma viagem no tempo em termos de moda – andar para trás na história, em vez de avançar para o futuro.  
 

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