
Dominique Muret
24 de fev. de 2015
Fashion Week de Milão estende-se e abre caminho para os jovens

Dominique Muret
24 de fev. de 2015
Milão serra os punhos para voltar a ganhar terreno face à concorrência aguerrida de Paris, Londres e Nova Iorque e anuncia uma Fashion Week renovada e particularmente densa.
A semana de moda voltada às coleções femininas para o outono-inverno 2015-16, que se apronta para invadir a capital lombarda de 25 de fevereiro a 2 de março, na realidade, está a reencontrar cores com um calendário de seis dias repletos contra cinco e meio na temporada passada.

Melhor! A Fashion Week ganha até mesmo uma noite de gala a mais, já que ela está programada para a véspera da sua abertura oficial, a decorrer esta terça-feira, 24 de fevereiro, um evento especial dedicado aos jovens talentos, assim como uma grande festa. Este desfile coletivo é consagrado aos quatro estilistas do concurso “Next Generation”, organizado pela Camera della Moda, o qual já chega à sua 9.ª edição.
O ponto alto desta Fashion Week será constituído pelo desfile da Gucci, já no primeiro dia, quarta-feira, 25 de fevereiro. Todos os olhos estarão fixos na primeira coleção feminina desenhada pelo novo diretor artístico da grife, Alessandro Michele.

Há uma certa efervescência também em torno do espetáculo da Philosophy, a segunda linha de Alberta Ferretti, que foi confiada ao designer italiano Lorenzo Serafini e que opera seu grande regresso aos pódios milaneses depois de ter desfilado seis anos em Nova Iorque.
De uma maneira geral, esta semana de moda milanesa parece muito mais equilibrada, mesclando grandes grifes e novos talentos. Mas, como de costume, a reorganização do calendário não se deu sem problemas.
Com isso, muitas marcas, descontentes com os espaços oferecidos, decidiram sair do programa oficial, como a Giamba, a segunda linha de Giambattista Valli, que se havia estreado na temporada passada, ou a Roccobarocco, que já havia feito a sua escolha há algumas temporadas, assim como Kristina Ti.
Outras ausências nas passarelles milaneses, Angelos Bratis e Frankie Morello. Em plena reorganização, a grife, lançada em 1999 por Maurizio Modica e Pierfrancesco Gigliotti, não desfila mais desde setembro. A marca abriu seu capital em maio de 2014 à altura de 25% para a Fmm, empresa do dirigente do grupo petroleiro napolitano Donato Ammaturo, que produz agora a marca anteriormente realizada em licença pela Gilmar, e com quem os estilistas criaram a newco Fmt (Frankie Morello Trademark).

Outras marcas deixaram as passarelles, optando por apresentações, como Andrea Incontri ou Ports 1961, que revelará a 26 de fevereiro o trabalho da sua nova estilista Natasa Cagalj. Nunca como esta temporada, a fórmula da apresentação registou um tal sucesso com nada menos que 80 coleções, sendo nove marcas novas, dentre as quais a fabricante francesa de calçados Philippe Model Paris.
Assim, com sua chegada, a semana exibe 151 coleções com 68 desfiles oficiais (aos quais se juntam 4 espetáculos fora do calendário, dentre esses aquele da grife Dolce&Gabbana, no domingo, 1.º de março, que sempre integrou a Camera della Moda), contra 138 coleções, 67 desfiles e 78 apresentações em setembro passado.

Apesar desses pequenos imprevistos, a maratona milanesa distingue-se ainda esta temporada por uma abundância de novidades e de projetos interessantes, do renascimento da grife histórica do estilista Roberto Capucci ao relançamento da Krizia sob a égide do seu novo proprietário chinês Marisfrolg, bem como por muitos nomes ainda pouco conhecidos, que constituem a nova geração do Made in Italy, a ser seguida de perto.

Vale ressaltar, por fim, o regresso de Giorgio Armani ao encerramento. O estilista, que havia evitado o último dia durante a temporada de setembro, provocando a fuga generalizada de outras grifes, reposiciona-se no fim da semana, na segunda-feira, 2 de março, junto com as marcas Dsquared2 e Ter et Bantine.
Esta última regressa às passarelles milanesas depois de uma passagem relâmpago por Paris. A marca, que foi adquirida pelo fundo Opera Italia, é desenhada, a partir desta temporada, pelo jovem designer alemão Kostas Murkudis, depois da saída da fundadora Manuela Arcari. Vale conferir...
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