Kering: confiante com 2013, apesar de queda das vendas e de forte desaceleração da Gucci

PARIS – O grupo Kering, proprietário da Gucci e da Puma, anunciou na semana passada uma queda de 1,5% em seu volume de negócios para o terceiro trimestre, chegando a 2,52 bilhões de euros, marcado por uma forte desaceleração de sua principal marca, Gucci. Mesmo assim o grupo continua confiante com o ano de 2013.

O polo de luxo está em claro crescimento, mas a Gucci, com 865 milhões de euros em vendas, exibe um recuo de 5,4%, em um ano, e uma alta de somente 0,6%, em uma base comparativa, ressentindo, entre outras coisas, o efeito da desaceleração verificada na China.

Na China, a Gucci está a sofrer "uma queda na casa de um dígito" em suas vendas, por conta de dois fatores, explicou o diretor financeiro Jean-Marc Duplaix, a saber "um cenário de consumo momentaneamente desgastado para a indústria do luxo" neste país e "um trabalho feito na marca, no qual se reduziu voluntariamente os volumes".

Assim, a Gucci exibe "desempenhos que contrastam, de acordo com as zonas geográficas", destaca o grupo Kering. As vendas da Gucci sofreram não só na região Ásia-Pacífico a influência da estratégia de exclusividade, adotada para limitar os produtos com logotipos, mas também em Itália, o principal mercado da Gucci na Europa.

A marca foi "impactada neste trimestre pelo prosseguimento do processo de racionalização de sua rede de distribuição", explicou Jean-Marc Duplaix. "Paramos de trabalhar com alguns distribuidores em Itália para preservar a exclusividade da marca".

Entretanto, o grupo Kering ressalta a "boa dinâmica" de seu polo de luxo, que apresenta um crescimento de 1,5% em dados reais e de 5,6%, em uma base comparativa, chegando a 1,62 bilhão de euros. Bottega Veneta e Saint Laurent, as duas pepitas que estão a crescer, registraram crescimentos orgânicos na casa de dois dígitos (+15,8% para a Bottega, +12% para Saint Laurent).

O polo Sport e Lifestyle, conduzido pela Puma, apresenta queda de 7,6% (-0,9% em uma base comparativa). A Puma continua passando por dificuldades na Europa, mas a atividade está em crescimento na América do Norte, destaca o grupo.

A Kering diz que continua "confiante", no que diz respeito a seus desempenhos para o ano de 2013. Porém não foi feita nenhuma projeção de resultados para o exercício.

Por outro lado, as discussões sobre a venda da La Redoute seguem com potenciais compradores, e uma negociação também foi engajada paralelamente com representantes dos funcionários, apontou Jean-Marc Duplaix. O grupo Kering continua a busca por "um acordo com um comprador daqui para o fim do ano", reiterou.