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26 de jun. de 2013
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London Collections: Men, um reino dos mais unidos

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26 de jun. de 2013

A união faz a força. A cruzada dos Britânicos para valorizar sua indústria de moda masculina acaba de superar uma nova etapa. De 16 a 18 de junho passado, a terceira edição da London Collections: Men viu emergir uma solidariedade entre uma constelação de protagonistas das mais diversas origens. Com nada menos de 30 desfiles e quase o mesmo tanto de apresentações, Londres rivaliza senão com Paris, ao menos com Milão, que contou, para esta mesma estação, com um total de 37 desfiles em seu programa oficial.

O prefeito de Londres, Boris Johnson, apoia o projeto desde o princípio (DR)


"Da Savile Row aos punks, nós inventamos tudo

Com nomes tão importantes como a Burberry, Alexander McQueen e Paul Smith, Londres envia ao mundo uma mensagem tão límpida quanto convincente. "Dos ternos sob medida da Savile Row até os punks: nós inventamos tudo", analisa Dylan Jones, director de redação da GQ britânica e padrinho do evento desde seu início. Muitas marcas, como Burberry, Rag & Bone e Jimmy Choo, realocaram suas apresentações nesta estação para retornar à sua terra natal e desfrutar da difusão mediática da "LC:M" (abreviação consagrada de London Collections: Men). Quanto às pessoas, as celebridades se fazem presentes; de Serena Williams (vista na Burberry) ao modelo David Gandy (visto por toda parte) e também os artistas de hip-hop Tinnie Tempah, Zebra Katz e Brooke Candy.

Midiática hoje, comercial amanhã? "Londres é a capital financeira europeia, lembra Caroline Rush, a elegantíssima CEO do British Fashion Council. Assim, não há por que, um dia, a cidade não se tonar referência para os negócios da moda na esfera internacional", prevê.

Entretanto, está fora de questão no momento abster-se das vendas das coleções de Paris, como bem testemunha a cada estação o showroom dos jovens criativos do BFC, "London Showrooms", que centraliza o essencial das vendas internacionais dos designers emergentes que o Council apadrinha. "Adoramos Paris, confirma Caroline Rush, e o fato de termos um bom pretexto para irmos lá nos é, ao mesmo tempo, prático e agradável", diz sorrindo, sem, contudo, compartilhar sua opinião em relação a Milão. "London Collections: Men ainda precisa crescer, preconiza Dylan Jones, e é o que esperamos que decorra".

A apresentação dos ternos sob medida da Savile Row com 100 modelos (DR)


Sobre as passarelles, a diversidade.

Quanto ao estilo, Londres não deixou de ser fiel à sua reputação de laboratório. A priori, dois movimentos contraditórios se emanciparam, em perfeita simbiose com a herança britânica, ao mesmo tempo formal e experimental. As marcas da Savile Row se reuniram em uma espetacular apresentação em um famoso estádio de críquete, Lord's, com o apoio da Woolmark, fornecedora de linhas tanto para as grifes consolidadas quanto para os jovens designers recém-saídos da Saint Martins. O mais antigo dentre eles, Gieves & Hawkes, revelou uma coleção casual, rica em acessórios para o gentleman moderno, feita para o lançamento da marca de sua flagship histórica, que continua sendo seu principal ponto de venda.

O sportswear e a logomania estão entre as outras fortes tendências que emanam dos jovens criativos, em sua maior parte apoiados pela Topman, pelo eBay e pela Associação FashionEast. Destacamos uma grande profusão de coleções de sportswear nas passarelles, onde sneakers, joggings e tecidos técnicos dividiam espaço com as rendas (Astrid Andersen), materiais translúcidos (Shaun Samson, Sibling) e acessórios desportivos imaginários e individuais (Nasir Mazhar). Esses jovens, muitos da zona Leste da cidade, se beneficiam do apoio incondicional e influente da imprensa londrina de moda: i-D magazine, Dazed & Confused, 10 magazine e seus muitos descendentes.

Do sportswear andrógeno: a jovem-guarda patrocinada pelos poderes instituídos segue efervescente nas pistas (Foto: PixelFormula)


Esta nova corrente, que compõe a particularidade da cena criativa local, não desfruta da mesma visibilidade nos programas italianos e franceses da moda masculina. Com a exceção de Riccardo Tisci para a Givenchy ou 3.1 Phillip Lim em Paris, os quais mantêm suas coleções de referências street já há muitas temporadas.

Para um comprador parisiense que se encontrava no evento, um desses desfiles NewGen denunciava "uma visão burguesa da masculinidade nada a ver com a realidade". Todavia, há um mercado para esta cena e até mesmo uma nova loja multimarcas dedicada a essas etiquetas. Machine-A no coração do Soho. Um grupo de compradores japoneses fundadores da boutique com suas raízes em Tóquio, a "GR8", aplaudiam cada uma dessas apresentações na primeira fila. Dentro de alguns dias, eles irão rever seus pupilos preferidos para fazer alguns pedidos... em Paris.

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