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11 de mar. de 2016
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ModaLisboa: David Ferreira estreia-se esta 6.ª feira

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Agência LUSA
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11 de mar. de 2016

Lisboa (Lusa) – O português David Ferreira terminou em agosto o curso superior de moda em Inglaterra e desde então já ganhou dois prémios internacionais, mostrou uma coleção em Nova Iorque e Londres e regressou a Portugal. Na sexta-feira, estreia-se na ModaLisboa.

Uma das criações do criador de moda David Ferreira. - Foto: Reprodução


Os últimos seis meses da vida de David Ferreira, 26 anos, têm sido “uma correria”. O plano era “tirar um ano para estudar as coisas, ver como fazer, para não ser tudo pum, pum, pum”, como acabou por ser.

“Acabei a licenciatura há seis meses. Entretanto ganhei o vfiles madefashion, uma plataforma nos Estados Unidos que escolhe os cinco melhores novos talentos e um prémio de mérito em Londres”, contou à agência Lusa.

O vfiles madefashion implicou a apresentação de uma coleção em Nova Iorque, que “correu muito bem”. O prémio de mérito veio através do Fashion Scout, um ‘showcase’ durante a semana da moda de Londres.

“Eles escolhem quatro pessoas que são ‘one to watch’ [pessoa a seguir] e escolhem o prémio de mérito, que eu ganhei. Abriu-me as portas para ter uma exibição em Londres, o desfile, que eles patrocinam. Está a ser muito positivo”, disse.

O percurso de David Ferreira, de Aveiro, começou há cerca de 10 anos na escola profissional Árvore, no Porto, onde fez o secundário em moda.

Depois, partiu para Londres. Inicialmente, frequentou “cursos pequenos” na Central Saint Martins, “para conhecer em inglês os termos técnicos de costura e de moda”.

Na mesma escola acabou por frequentar o ano zero, equivalente ao 12.º ano em Portugal.

Depois de várias entrevistas em várias universidades de Londres, acabou por escolher Westminster, onde, além de aprender a fazer roupa de mulher, aprendia a fazer estampados e roupa de homem.

Quando questionado sobre a escolha de Londres para fazer formação, responde que “estudar lá é muito melhor”.

“Aqui é muito limitado, é muito o que já tinha aprendido aqui [no curso profissional no secundário]. Em Londres são muito mais abertos à criatividade. Aqui quando eu fazia uma coisa mais diferente diziam sempre ‘não, não, não’, lá era ‘sim, sim, sim, faz, faz, faz’”, contou.

E porquê regressar a Portugal agora?

“É o meu país, claro que quero ficar cá. Além disso, quando fiz o desfile no vfiles muitos ‘showrooms’ e ‘buyers’ aqui em Portugal – algo que eu achei estranho, porque pensava que não ia acontecer – contactaram-me a dizer que tinham ‘showrooms’ e clientes interessados nas minhas roupas”, disse.

Dessa mesma coleção, a cantora islandesa Björk “pediu algumas peças para um videoclipe que ainda não saiu” e que David faz figas para que se concretize.

Além disso, a cantora usou nos Brit Awards uma das máscaras criadas pelo português.

David Ferreira cria roupas “inovadoras, diferentes, que tragam algo de novo”.

“Tanto a nível estético, como a nível de materiais de usar a figura. Mudar a fisionomia do ser humano”, explicou.

As suas influências vêm de John Galliano, “na fase Dior”, de Alexander McQueen e de Christian Lacroix.

Gosta de “algo em vários designers”, mas não há um que o faça dizer ‘uau’, como nas coleções que Galliano criou na Christian Dior, nas quais “tudo era perfeito”.

Na sexta-feira, na ModaLisboa, apresenta “Opulent Child”, coleção que nasce de “um estudo sobre pessoas mimadas, através da História, como Maria Antonieta ou a Marquesa Casatti”.

É uma coleção “usável, mas teatral ao mesmo tempo; divertida, mas ao mesmo tempo elegante e inovadora”.

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