Órgão antitruste do Brasil aprova venda da Aesop à L'Oréal

A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade), órgão antitruste do Brasil, aprovou sem restrições a venda da marca australiana Aesop (então propriedade da brasileira Natura & Co) para a multinacional francesa L'Oréal.

A decisão do superintendente do Cade, Alexandre Barreto de Souza, foi publicada na quarta-feira (17 de maio), no Diário Oficial da União, e terá uma validade de 15 dias se não for questionada nesse prazo por algum dos integrantes do órgão antitruste ou por algum concorrente.

A Natura havia anunciado em abril o acordo de venda da totalidade do capital da Aesop, a marca australiana de produtos para a pele e cabelos, para a subsidiária da L'Oréal na Austrália por 2.525 milhões de dólares (cerca de 2.323 milhões de euros).

O superintendente do Cade considerou que, como a Aesop só comercializa os seus produtos no Brasil diretamente ao consumidor através de lojas virtuais, a sua transferência para a multinacional francesa não afetaria a livre concorrência no país.

O Cade também levou em consideração o facto de a Aesop não ser uma marca significativa no mercado de beleza no Brasil.

O grupo Aesop foi integralmente controlado durante longos anos pela Natura Brazil Pty, uma das empresas do grupo brasileiro Natura Cosméticos.

No comunicado através do qual anunciou o acordo de venda, a L'Oréal informou que a intenção é ampliar o potencial de crescimento da marca australiana.

A Natura disse que a operação permitirá reduzir o endividamento e focar-se na expansão da marca própria no seu mercado prioritário, que é a América Latina, e na estratégia de expandir geograficamente as operações das subsidiárias Avon Internacional e The Body Shop.