AFP
21 de out. de 2014
Oscar de la Renta morre nos EUA aos 82 anos
AFP
21 de out. de 2014
O estilista dominicano Oscar de la Renta, conhecido no mundo inteiro por seus vestidos glamorosos e românticos, morreu na noite da segunda-feira (20) aos 82 anos de idade.

A sua página na Internet confirmou implicitamente a informação na noite da segunda-feira, exibindo pura e simplesmente a sua assinatura, sobre um fundo negro, sem comentários.
O estilista, decano dos criadores de moda americanos, sofria de cancro há vários anos. Segundo o jornal americano The New York Times, ele faleceu em casa, na sua residência de Kent, no Estado de Connecticut, próximo de Nova Iorque.
Dominicano, que havia obtido a nacionalidade americana em 1969, Oscar de la Renta era considerado como um dos maiores estilistas do mundo, conhecido sobretudo por seus vestidos românticos.
Ele havia assinado, no mês passado, o vestido marfim de casamento de Amal Alamuddin, a advogada e nova esposa do ator George Clooney.
Nascido na República Dominicana, a 22 de julho de 1932, o criador tornou-se famoso nos anos 60, vestindo a antiga Primeira-dama Jacqueline Kennedy.
Durante a sua carreira de mais de 50 anos, ele vestiu a maior parte das Primeiras-damas americanas – além de Jacqueline Kennedy, Nancy Reagan, Hillary Clinton e Laura Bush recorreram aos seus talentos – e muitas atrizes, celebridades e pessoas influentes, dentre as quais Sarah Jessica Parker, Penelope Cruz ou a rainha Noor da Jordânia.
Seus vestidos femininos e glamorosos, familiares das carpetes vermelhas, eram a sua imagem.
Sempre elegante e cavalheiro, excelente dançarino e filantropo, à vontade em todos os lugares, Oscar de la Renta havia ainda apresentado uma coleção durante a última Fashion Week em setembro passado em Nova Iorque.
Ele buscava há meses alguém para suceder-lhe na direção da sua casa de moda, sediada em Nova Iorque e criada em 1965.
Há uma semana precisamente, Oscar de la Renta havia anunciado a nomeação de Peter Copping para diretor da criação.
Copping, diretor artístico na Nina Ricci durante cinco anos, deve assumir as suas funções em 3 de novembro e apresentar a sua primeira coleção na Fashion Week em fevereiro.
Anunciando a nomeação, Oscar de la Renta havia sublinhado que ele pretendia “participar ativamente da transição”.
Único filho de uma família de sete crianças, Oscar de la Renta parecia ter uma afinidade natural para a elegância feminina, e muitas mulheres adoravam seus vestidos, nos quais se sentiam simplesmente belas.
De uma família de classe média – seu pai trabalhava com seguros – ele foi para Madri com 18 anos, primeiro para estudar pintura na Academia de Bellas Artes de San Fernando. Em seguida, apaixonou-se pela moda e começou a sua carreira como aprendiz de Cristobal Balenciaga. Depois foi trabalhar em Paris, para se tornar assistente de Antonio Castillo na Lanvin. Ele trabalhou ainda para Elizabeth Arden antes de criar a sua própria marca em 1965.
Durante este percurso, o estilista chegou a desenhar, de 1993 a 2002, coleções de alta-costura para Balmain.
Oscar de la Renta recebeu muitas distinções durante a sua carreira, entre as quais o prémio de Criador do Ano do Conselho dos Criadores de Moda Americanos (CFDA) em 2000 e 2007, organização da qual ele havia sido presidente por duas vezes entre os anos 1970 e 80. Ele também recebeu em 1990 um prémio do CFDA pelo conjunto da sua carreira.
As homenagens começam a abundar desde o anúncio do seu falecimento.
“George e eu estamos profundamente tristes com a perda do nosso querido amigo Oscar de la Renta, escreveu Laura Bush em um comunicado, homenageando a “sua personalidade generosa e calorosa, seu charme e seu talento maravilhosos”.
“Você será sempre o gentleman da moda”, comentou no Twitter a modelo Naomi Campbell. “Nós perdemos um ícone da moda”, também comentou Marc Jacobs no Twitter. “Oscar de la Renta representou um grande papel nos três momentos mais importantes da minha vida”, ressaltou a cantora Gloria Estefan, também o homenageando.
O estilista foi casado por duas vezes, a primeira com a Francesa Françoise de Langlade, falecida em 1983, a segunda com a Americana Annette Engelhard Reed, ainda viva. Ele deixa sete enteados dos seus dois casamentos e um filho adotivo.
Brigitte DUSSEAU
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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